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Tóquio se gaba por ter US$ 4 bi para 2016
Comitê de avaliação do COI
visita o Rio nesta semana
LUÍS FERRARI
DA REDAÇÃO
O presidente da candidatura
Tóquio-2016, a mais bem avaliada na pré-seleção do COI,
não titubeia. A despeito do efeito da crise mundial, ecoa seu
premiê e crava: "Não há parceiro mais confiável para o Movimento Olímpico que Tóquio".
Respaldado por US$ 4 bilhões no banco, prontos para o
uso, Ichiro Kono promete um
legado de cem anos e afirma
que o COI tem certeza de que
"não haverá elefante branco".
E não é só no lado financeiro
que a equipe de avaliação do
COI que chega hoje ao Rio para
analisar a proposta carioca para os Jogos-16 deve experimentar um contraste com o que verificou do outro lado do mundo.
""A proposta de Tóquio-2016
é a que oferece estabilidade financeira em meio à recessão
global. O governo metropolitano de Tóquio destinou US$ 4
bilhões, que estão no banco e
prontos para serem usados.
Nosso orçamento, realista, é
calcado na segunda maior economia do mundo", diz Kono.
Ao falar sobre orçamento, o
dirigente engatou um outro assunto no qual acredita que os
japoneses têm vantagem.
""O valor que já temos é mais
que o que pretendemos empregar em instalações e infraestrutura porque 23 das 34 instalações já existem", diz. ""O Japão
tem ampla experiência em receber grandes eventos, foram
Mundiais de 35 modalidades
somente na última década."
No quesito legado, o contraste já se mostra evidente.
O Rio enfrenta dificuldades
para usar instalações edificadas
para o Pan-2007 (exceções feitas à Arena Multiuso, transferida à iniciativa privada e hoje
palco de shows, não de jogos, e
ao estádio João Havelange, repassado ao Botafogo).
Tóquio prevê reutilizar praças da Olimpíada de 1964, como
os ginásios para judô, handebol
e tênis de mesa e um estádio
para futebol, por exemplo.
""O COI deixou claro que tem
confiança de que não haverá
elefantes brancos. Tóquio-
-2016 celebra e usa o legado de
1964 para destacar a sustentabilidade do Movimento Olímpico. Instalações de 1964 ainda
estão em uso hoje. É isso que os
Jogos devem proporcionar ao
país-sede", argumenta Kono.
""Com Tóquio-2016, almejamos um legado de cem anos.
Serão necessárias somente seis
novas instalações temporárias
e cinco permanentes. E todas
preparadas para garantir uso
de longo prazo em prol da saúde pública", aponta ele.
Se no Japão cerca de dois terços das instalações já estão
prontas, no Rio esse percentual
é um pouco superior a 50%.
Principal defensor do Pan
entre os políticos, o ex-prefeito
do Rio Cesar Maia (DEM) publicou em seu "ex-blog" recentemente uma lista de oito aspectos da candidatura carioca à
Olimpíada de 2016 que, segundo ele, já enfrentam atrasos.
Entre eles, afirma, estão "os
gastos federais, estaduais e municipais previstos que já deveriam estar presentes no PPA
[plano plurianual]".
A candidatura do Rio já há algum tempo amarga situação de
fragilidade. Em relação a Tóquio, as diferenças começaram
na pré-avaliação do comitê,
quando os japoneses passaram
em primeiro lugar e o Rio em
último -atrás inclusive de Doha, excluída por ter proposto os
Jogos fora da janela estipulada
pelo COI no calendário.
Mas há aspectos que podem
favorecer o pleito do Rio, até no
aspecto econômico. A crise global, que atingiu em cheio a economia japonesa, não produziu
danos similares no Brasil.
E Tóquio, entre as quatro
candidatas (as demais são Chicago e Madri), é a única que já
recebeu uma edição dos Jogos,
evento que, em mais de cem
anos de história, nunca foi realizado na América do Sul.
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