São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Estratégia errada frustra Barrichello

Piloto da Brawn GP tenta um pit stop a mais no Bahrein, acaba corrida em quinto e vê colega se distanciar na liderança

Depois de parada nos boxes, brasileiro tem dificuldades para ultrapassar Nelsinho e, ao fim da corrida, queixa-se de atitude do compatriota


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SAKHIR

Uma mudança de estratégia sem sucesso, Nelsinho Piquet e outra vitória de Jenson Button, ontem, no GP do Bahrein, afastaram ainda mais Rubens Barrichello de seu companheiro de equipe no Mundial de F-1.
O piloto da Brawn GP, que completou a quarta etapa do ano na quinta colocação, viu a diferença aumentar de seis para 12 pontos. Mas não foi só.
O segundo lugar conquistado por Sebastian Vettel no circuito bareinita deixou o alemão da Red Bull só um ponto atrás de Barrichello -Jarno Trulli, da Toyota, completou o pódio.
"Acho que ainda estou numa posição ótima no campeonato porque tenho o mesmo carro do líder", declarou o piloto brasileiro, que marcou pontos nas quatro etapas já disputadas e teve o segundo lugar na Austrália, na abertura da temporada, como seu melhor resultado.
"Nas corridas fora da Europa, o momento foi do Jenson, que ganhou três das quatro provas, mas uma hora isso vira."
O resultado do brasileiro começou a se desenhar anteontem, no treino de classificação, quando conseguiu somente o sexto posto. À sua frente, classificaram-se três carros mais pesados do que o seu Brawn.
O motivo: a quebra da asa dianteira de seu BGP 001, que alterou o ângulo em dez graus e contribuiu para que, mesmo com o carro mais leve que o de Button, Barrichello ficasse dois décimos atrás do parceiro.
Na largada, a situação não melhorou. Mesmo com menos combustível que alguns rivais à frente, o brasileiro não conseguiu nenhuma ultrapassagem e manteve a sexta posição, logo atrás de Vettel, que caiu duas colocações. Timo Glock assumiu a ponta, seguido por Trulli, Button e Lewis Hamilton.
A dupla da Toyota abriu a primeira rodada de pit stops na 11ª volta, o que fez com que Barrichello pulasse para o quarto posto até a sua parada.
Ao voltar à pista, saiu imediatamente atrás de Nelsinho, da Renault, que tinha rendimento pior que o seu, mas que o segurou por três voltas, período em que perdeu seis segundos em relação ao então líder, Vettel.
"Fiquei trancado atrás dele, que estava uns três ou quatro segundos mais lento", disse o piloto da Brawn, que chegou a fazer gestos para Nelsinho. "Ele sabia que não ia terminar na minha frente, não sei por que não me deixou passar logo."
Foi aí que Barrichello e sua equipe tentaram mudar a estratégia de dois para três pit stops, para tentar recuperar o tempo perdido atrás do compatriota. A intenção era pegar pista livre e, com o carro mais leve, fazer voltas mais rápidas.
A segunda parada foi então adiantada para a 26ª volta. Mas, ao voltar, não conseguiu repetir os tempos que vinha fazendo antes. Na 47ª volta, quando teve de voltar aos boxes para o terceiro pit stop, vinha na quarta colocação, atrás de Button, Vettel e Trulli, todos na estratégia de duas paradas.
"A gente tinha o plano A e o B, de dois e três pit stops. Tentamos uma estratégia diferente para conseguir passar a galera, para tentar alguma coisa, mas, sinceramente, acho que, mesmo parando uma vez a menos, não teria mudado muita coisa."
Para Barrichello, a melhor colocação em Sakhir teria sido a quarta colocação. "Talvez eu tivesse chegado um pouco à frente. Mas ainda não é hora de jogar a toalha. As coisas estão dando um pouco mais errado do meu lado que do outro."


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