São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Defesa para quem tem ataque

O LADO esquerdo do ataque do Santos era o jogo, quando Jorge Henrique desceu para o intervalo pedindo alteração. "Ele já não estava aguentando e é justamente ali que eles estão jogando", enxergou Mano Menezes. A alteração colocou Fabinho como volante, pela direita, cobrindo Alessandro. Elias passou a fazer a função de Jorge Henrique, como marcador de Triguinho.
Mano Menezes enxergou o problema, mas, às vezes, isso não é o suficiente para corrigi--lo. Foram 17 minutos de segundo tempo e de pressão santista pelo lado esquerdo. Até que Triguinho desvencilhou-se de Elias, chegou à linha de fundo e chutou entre a trave e o goleiro Felipe: 1 a 2.
Mas, como o técnico e o time entenderam o problema, o resto do tempo foi do Santos trabalhando a bola, procurando espaços, sem encontrá-los. O jogo passou a ser marcação no setor mais forte do Santos e contra-ataques, à espera da hora para aplaudir Ronaldo. Foram três toques na bola. Palmas para o Fenômeno!
Durante a semana, Vagner Mancini viu a diferença entre seu estilo e o de Mano Menezes: "Ele privilegia a montagem da defesa. Eu, o ataque".
A história do Paulistão não avaliza quem chama o técnico do Corinthians de retranqueiro. Ao contrário. Mas o virtual campeão paulista é o dono da melhor defesa do torneio.
O Corinthians começou o clássico como se deve. Marcou a movimentação de Madson e Neymar. Diferentemente do Palmeiras, que caiu nas semifinais vendo os dois se deslocando da ponta para o meio, sem ninguém a segui- -los, o Corinthians vigiava Neymar com Alessandro. E, quando o santista deslocava- -se para o meio, Elias era o guarda-costas. O mesmo valia com Madson, do outro lado.
Quando o Santos entendeu que deveria concentrar suas ações do lado direito do Corinthians, a partida já estava 2 a 0. Marcar é a estratégia certa, para quem tem quem resolva no ataque. Como Ronaldo. Ou como Morais, o substituto de Dentinho. "Ele é minha alternativa de armação e de chegada ao ataque", disse Mano. Antes de Ronaldo brilhar, o gol de falta de Chicão nasceu em rara tabela entre os dois armadores. Morais sofreu a falta cobrada pelo zagueiro. O técnico enxergou a defesa, mas também o ataque.



SORTE CORINTIANA
Na quarta, contra o Atlético-PR, o Corinthians terá um rival repleto de problemas. Geninho não tem os laterais Alberto, Zé Antônio e Nei e o volante Valencia e aposta em garotos como Raul, na ala direita, e Fransérgio, no meio. O Corinthians tem chance de voltar de Curitiba com a vantagem.

SEM AÇÃO
O início de um campeão é ter peças de reposição para todos os setores. Sem Éder Luís, suspenso, e Alessandro, não inscrito, Leão olhava para a reserva e não via ninguém. Pôs outro volante (Rafael Miranda) e adiantou Carlos Alberto. O triunfo do Cruzeiro, que é time mais bem montado, começou aí.

POR SANTIAGO
O Palmeiras vai a Santiago enfrentar uma equipe unida, depois da demissão do treinador argentino Marcelo Barticciotto. O Colo Colo voltou a vencer depois de seis rodadas no Campeonato Chileno e ainda complicou a vida do Sport na Ilha do Retiro. Entretanto a partida tem a cara da decisão enfrentada em Recife, há duas semanas. O time de Vanderlei Luxemburgo terá a chance de jogar fechado e explorar contra-ataques. Como gosta de fazer.


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