São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Por Mundial, Manaus quer gastar R$ 6 bi

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Para lutar pela vaga amazônica na Copa, Manaus tem um projeto faraônico. O objetivo é investir R$ 6 bilhões em megaobras até o Mundial.
Para efeito de comparação, o Pan-2007, que reunia todos os esportes olímpicos em uma só cidade, consumiu R$ 3,7 bilhões no Rio de Janeiro.
Ressalte-se que a capital do Amazonas projeta metrô de superfície, ampliação do aeroporto, reformas de CTs, centro de convenção, shopping e hotéis. Em 2007, o Rio fez instalações esportivas e poucas reformas estruturais.
Para o Mundial-14, o governo amazonense diz que pode bancar R$ 4,8 bilhões com seu próprio orçamento, mas espera contar com recursos de empresas privadas de capital nacional e internacional instaladas na Zona Franca.
O projeto de Manaus como cidade-sede é desenvolvido em parceria com a consultoria Deloitte Touche Tohmatsu, que atua na Copa-2010, na África do Sul. Para o governador Eduardo Braga (PMDB), é possível "combinar equações entre a iniciativa privada e o poder público".
E negou que o projeto seja faraônico. "Não é o mais caro. Isso é uma inverdade. Nós estamos falando do projeto completo de viabilidade para a Copa. Os outros estão falando só do estádio de futebol."
Dentro dos investimentos previstos para Manaus, há os gastos com o estádio Vivaldo Lima.
Inaugurado em 1970, foi reformado em 1995, quando o Vivaldão consumiu US$ 20 milhões em equipamentos modernos.
O estádio será implodido para os jogos da Copa. No projeto, realizado pela empresa de arquitetura GMP, que projetou o estádio Olímpico de Berlim, o novo Vivaldão terá forma de arena multiuso. A engenharia e a arquitetura serão sustentáveis. O custo é de R$ 500 milhões.
O Vivaldão terá 47.750 lugares, restaurantes (um com vista para o gramado), lojas e, talvez, um museu. O estacionamento terá 12.450 vagas, incluindo edifícios-garagem.
Como o estádio fica ao lado da sede da vila olímpica, do sambódromo e de uma quadra poliesportiva, os prédios serão incorporados ao projeto. Mas tudo será reformado.
Um dos articuladores do projeto da Copa em Manaus, o secretário de Estado de Planejamento, Denis Minev, diz que o investimento não se transformará em um "elefante branco". "A Fifa exige um estádio de altíssima qualidade. Nós sabemos que o nosso futebol hoje não comportaria e não justificaria um estádio como esse. O conceito hoje é que tudo seja um complexo esportivo, uma forma de energizar aquela área."
O futebol amazonense viveu o auge nos anos 70, com times participando do Brasileiro. Hoje, apenas dez clubes disputam o Estadual do Amazonas. Só há equipes na Série D do Nacional. E é difícil ultrapassar a marca de 5.000 pagantes no Vivaldão, em jogos profissionais locais.


Texto Anterior: Um país para a Copa/Estádios: Na média, custo de arenas cresce 67%
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.