São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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As armas
O melhor ataque x A melhor defesa

DOS ENVIADOS A SAITAMA

Deverá ser gato contra rato.
A seleção brasileira venceu os seis jogos que fez na Copa. Possui o melhor ataque da competição, com 16 gols. A Alemanha não sofreu gols nas últimas quatro partidas. Só foi vazada uma vez, aliás.
Caso conquiste o título com uma vitória, o Brasil levantará a taça com 100% de aproveitamento de pontos, o que só conseguiu no Mundial de 1970. Porém naquela Copa a equipe nacional fez seis partidas. Agora, serão sete.
O goleiro Kahn, talvez o principal destaque da Copa, não sofre gol há mais de 360 minutos. Se a Alemanha não sofrer gols na final, acabará a competição com a melhor defesa da história -um gol sofrido em sete jogos. Em 1994 e 1998, Brasil e França foram campeões sofrendo apenas três e dois gols, respectivamente.
"Eles têm um bom time, com vários jogadores experientes, e estão ancorados no melhor goleiro do mundo", disse o goleiro Marcos, enaltecendo o seu rival.
O estilo alemão, pouco vistoso, mas muito competitivo, já parou ataques que fizeram história como o da Hungria de 1954 e o da Holanda de 1974. Na final, em Yokohama, novamente a idéia é brecar a criatividade do rival.
"Nós temos de jogar no mesmo estilo de sempre para vencer a Alemanha. Sabemos que será um jogo duro, mas estamos preparados para isso", disse Juninho.
A Alemanha tem vantagem em relação ao Brasil em desarmes, finalizações de cabeça e cruzamentos. O time de Scolari é melhor que o de Rudi Völler em passes, finalizações, lançamentos, dribles, jogadas de linha de fundo, posse de bola e "fair play".
Isso mostra bem a características dos dois países. Nesta Copa, as duas "escolas" mais vitoriosas do futebol, tão antagônicas, triunfaram com seus estilos.
"Temos de ir para cima deles", disse Ronaldo. O atacante entende que o Brasil não deva mudar sua forma de jogar -ele marcou em um amistoso contra a seleção alemã, fora de casa, em uma vitória brasileira por 2 a 1.
"Será importante recuperarmos nossa força mental para essa partida decisiva. Será o time mais ofensivo da Copa do Mundo contra o que melhor se defende. A Alemanha jogará como a Bélgica, e o jogo será focado em táticas defensivas. Temos de saber o tempo certo para atacar", analisou o lateral-esquerdo Roberto Carlos.
Para o meia-atacante Rivaldo, um dos destaques da campanha da seleção nesta Copa, o Brasil não poderá respeitar demais a Alemanha, pois, nesse caso, poderá ser derrotado.
"Os dois times têm grande tradição. Nós daremos à Alemanha o mesmo respeito que demos a todos os times neste torneio. Se o Brasil quer ser campeão, temos de respeitar a Alemanha, mas não temê-la", afirmou ele.
O técnico da Turquia, Senol Gunes, disse que o Brasil será o campeão sem muito problema.
"Acho que a final será relativamente fácil para o Brasil."
Os jogadores brasileiros, porém, esperam dificuldades, mesmo com o rival tendo um importante desfalque: o meia-atacante Ballack, que está suspenso.
"Trata-se de uma final. É a partida mais difícil", afirmou Cafu, o capitão da seleção, que disputará sua terceira final consecutiva.
Tradicionalmente, a Alemanha é uma freguesa do Brasil. No retrospecto entre as duas seleções, a vantagem é bem favorável aos sul-americanos -são dez vitórias contra apenas três derrotas.
Os alemães esperavam enfrentar a seleção brasileira e ficaram aliviados por não serem os favoritos na decisão do Mundial. Entendiam que, se tivessem de jogar contra a Turquia, teriam mais responsabilidade, uma obrigação maior de vencer.
O time de Luiz Felipe Scolari conta com um jogador que brilha atualmente no futebol alemão. É o zagueiro Lúcio, destaque do Bayer Leverkusen, atual vice-campeão europeu. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)



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