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As armas
O melhor ataque x A melhor defesa
DOS ENVIADOS A SAITAMA
Deverá ser gato contra rato.
A seleção brasileira venceu os
seis jogos que fez na Copa. Possui
o melhor ataque da competição,
com 16 gols. A Alemanha não sofreu gols nas últimas quatro partidas. Só foi vazada uma vez, aliás.
Caso conquiste o título com
uma vitória, o Brasil levantará a
taça com 100% de aproveitamento de pontos, o que só conseguiu
no Mundial de 1970. Porém naquela Copa a equipe nacional fez
seis partidas. Agora, serão sete.
O goleiro Kahn, talvez o principal destaque da Copa, não sofre
gol há mais de 360 minutos. Se a
Alemanha não sofrer gols na final,
acabará a competição com a melhor defesa da história -um gol
sofrido em sete jogos. Em 1994 e
1998, Brasil e França foram campeões sofrendo apenas três e dois
gols, respectivamente.
"Eles têm um bom time, com
vários jogadores experientes, e estão ancorados no melhor goleiro
do mundo", disse o goleiro Marcos, enaltecendo o seu rival.
O estilo alemão, pouco vistoso,
mas muito competitivo, já parou
ataques que fizeram história como o da Hungria de 1954 e o da
Holanda de 1974. Na final, em Yokohama, novamente a idéia é brecar a criatividade do rival.
"Nós temos de jogar no mesmo
estilo de sempre para vencer a
Alemanha. Sabemos que será um
jogo duro, mas estamos preparados para isso", disse Juninho.
A Alemanha tem vantagem em
relação ao Brasil em desarmes, finalizações de cabeça e cruzamentos. O time de Scolari é melhor
que o de Rudi Völler em passes,
finalizações, lançamentos, dribles, jogadas de linha de fundo,
posse de bola e "fair play".
Isso mostra bem a características dos dois países. Nesta Copa, as
duas "escolas" mais vitoriosas do
futebol, tão antagônicas, triunfaram com seus estilos.
"Temos de ir para cima deles",
disse Ronaldo. O atacante entende que o Brasil não deva mudar
sua forma de jogar -ele marcou
em um amistoso contra a seleção
alemã, fora de casa, em uma vitória brasileira por 2 a 1.
"Será importante recuperarmos
nossa força mental para essa partida decisiva. Será o time mais
ofensivo da Copa do Mundo contra o que melhor se defende. A
Alemanha jogará como a Bélgica,
e o jogo será focado em táticas defensivas. Temos de saber o tempo
certo para atacar", analisou o lateral-esquerdo Roberto Carlos.
Para o meia-atacante Rivaldo,
um dos destaques da campanha
da seleção nesta Copa, o Brasil
não poderá respeitar demais a
Alemanha, pois, nesse caso, poderá ser derrotado.
"Os dois times têm grande tradição. Nós daremos à Alemanha o
mesmo respeito que demos a todos os times neste torneio. Se o
Brasil quer ser campeão, temos de
respeitar a Alemanha, mas não temê-la", afirmou ele.
O técnico da Turquia, Senol Gunes, disse que o Brasil será o campeão sem muito problema.
"Acho que a final será relativamente fácil para o Brasil."
Os jogadores brasileiros, porém, esperam dificuldades, mesmo com o rival tendo um importante desfalque: o meia-atacante
Ballack, que está suspenso.
"Trata-se de uma final. É a partida mais difícil", afirmou Cafu, o
capitão da seleção, que disputará
sua terceira final consecutiva.
Tradicionalmente, a Alemanha
é uma freguesa do Brasil. No retrospecto entre as duas seleções, a
vantagem é bem favorável aos
sul-americanos -são dez vitórias
contra apenas três derrotas.
Os alemães esperavam enfrentar a seleção brasileira e ficaram
aliviados por não serem os favoritos na decisão do Mundial. Entendiam que, se tivessem de jogar
contra a Turquia, teriam mais responsabilidade, uma obrigação
maior de vencer.
O time de Luiz Felipe Scolari
conta com um jogador que brilha
atualmente no futebol alemão. É o
zagueiro Lúcio, destaque do Bayer Leverkusen, atual vice-campeão europeu.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)
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