São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 2006

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Parreira escala time criticado

Apesar da goleada sobre o Japão, técnico, sem Robinho, deve repetir a equipe da estréia no Mundial

Treinador diz que torneio deve ser conquistado com uma base inalterada, mas não descarta ter que buscar alternativas para o time


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

O Brasil que venceu o Japão, que fez seu melhor jogo na Copa, ficou para trás. O Brasil que estreou na Alemanha e foi bombardeado por críticas estará de volta contra Gana.
Pelo menos é o que Carlos Alberto Parreira disse aos jogadores ontem à noite. Sem Robinho, com Adriano. E sem Gilberto Silva, mas com Emerson como primeiro volante.
Em reunião no Castelo Lerbach, o técnico informou o time que vai a campo hoje. O anúncio, na véspera do jogo, ocorreu após o time ter se irritado com a demora de Parreira em divulgar a equipe contra o Japão. Segundo ele, os atletas ficaram sabendo quem jogaria a cerca de três horas do confronto.
A formação original do primeiro jogo, contra a Croácia, resgata a dupla Ronaldo e Adriano, que não funcionou até agora. Com os dois em campo, o time marcou só duas vezes, com Kaká e o próprio Adriano.
Ronaldo, que hoje pode se isolar como o maior artilheiro em Mundiais, só igualou a marca do alemão Gerd Müller, com 14 gols, quando o atacante da Inter de Milão esteve no banco.
Ao lado de Robinho, o jogador balançou as redes duas vezes contra os japoneses.
O desempenho de Ronaldo e Adriano juntos foi questionado até por companheiros de equipe, como Kaká, que cobrou mais movimentação da dupla.
Contra Gana, Parreira pretendia usar Robinho ao lado de Ronaldo. Adriano só estará em campo porque o jogador do Real Madrid sofreu uma lesão na coxa e está fora da partida.
Avaliava que as características de Robinho se ajustariam melhor à equipe diante de um rival "semelhante" à seleção.
Em relação a Emerson, o treinador optou por manter o jogador, que foi titular durante boa parte das eliminatórias, apesar de ter elogiado Gilberto Silva contra o Japão. "Os dois são diferentes, mas ambos são eficientes", afirmou.
"É um jogo perigoso. Pela primeira vez, a gente vai enfrentar na competição um time que tem jogo de cintura, muita velocidade e agressividade. Temos de fugir do contato físico e frear essa velocidade e a habilidade do time ganense", disse.
Parreira, assim como diante do Japão, recusou-se a divulgar oficialmente a escalação. Com o discurso de que tem "23 soluções", falou que chegou a hora de fazer mistério para o rival.
Ele disse que não pretende mudar o sistema de jogo. Mas afirmou que, se algo estiver errado, pode buscar outras alternativas para a equipe.
"Com os jogadores que temos, é possível armar várias maneiras de jogar. Mas, se você começar a tentar diretrizes diferentes a cada jogo, não vai a lugar nenhum. Temos que ganhar a competição com um time, com uma base que não foi mudada", explicou o treinador. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

NA TV - Brasil x Gana Globo, ESPN Brasil, Bandsports, Sportv e Directv, ao vivo, às 12h


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