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Seleção vê 1º protesto contra Chávez
Estudantes invadem hotel da equipe e aproveitam saída dos jogadores para o treino para criticar governo da Venezuela
Atletas brasileiros entraram no ônibus que os levou ao treino após passarem por cordão de isolamento feito por militares venezuelanos
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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Robinho, assustado com o protesto contra o governo Chávez, dá autógrafo no hotel da seleção |
DO ENVIADO ESPECIAL A PUERTO ORDAZ
Era apenas questão de tempo. Ontem, um dia antes da estréia na Copa América, o Brasil
sentiu de perto o clima político
que toma conta da Venezuela e
da competição continental.
Um protesto de estudantes
dentro do hotel da seleção em
Puerto Ordaz assustou jogadores e teve que ser coibido pela
segurança. A ação aconteceu de
surpresa, no momento em que
a delegação saía para fazer o seu
treinamento da tarde.
""É uma manifestação pacífica. Vamos respeitar os limites.
Não queremos estragar a Copa
América, mas queremos mostrar nossa revolta contra o fechamento da RCTV [o presidente venezuelano, Hugo Chávez, decidiu não renovar a concessão do canal] e gritar por liberdade", disse Nicolás Bianco,
22, estudante da Universidad
Católica que foi ao hotel.
Cerca de 15 estudantes ficaram camuflados e começaram a
erguer faixas e a gritar quando
os jogadores saíam dos elevadores rumo ao ônibus. Nas faixas, frases como ""Por um país
sem uniforme". Nos gritos, ""Liberdade e Expressão".
""Vocês estão vendo todos os
problemas desta Copa América. Tudo aqui está sendo maquiado. É uma propaganda política do governo Chávez", falou
Pedro Rojas, 21, também aluno
da Universidad Católica.
A reportagem da Folha descia em um dos elevadores do
hotel com alguns jogadores
quando já podiam ser ouvidos
os protestos. Os zagueiros Alex
e Alex Silva, que tentavam traduzir os gritos dos jovens, e o
lateral Gilberto saíram com receio do elevador.
Uma fila de militares impediu uma aproximação maior
dos estudantes dos jogadores
brasileiros. Os atletas, porém,
passaram a cerca de dois metros dos manifestantes.
A confusão aumentou quando pessoas favoráveis a Chávez
no hotel começaram a gritar
""Fora" para os estudantes. A
segurança retirou, então, o grupo de jovens do hotel.
Está prevista para hoje uma
grande concentração de estudantes desde cedo em Puerto
Ordaz para protestar contra o
governo Chávez.
A segurança em Puerto Ordaz é numerosa como em Puerto La Cruz, com militares escoltando a seleção brasileira o
tempo todo. A ação de ontem
foi a primeira contra o governo
Chávez em meio à Copa América.0
(RODRIGO BUENO)
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