São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Maradona resgata a velha autoconfiança argentina

Desacreditado nas eliminatórias, time pega hoje o México como favorito

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA

Oito meses atrás, a Argentina era uma seleção classificada à Copa-2010 com um gol de rebote, feito a seis minutos do fim e por um volante. Após o jogo, o técnico Maradona ofendia jornalistas.
Hoje, é um dos dois países que chegaram às oitavas de final do Mundial com três vitórias em três jogos e é favorita diante do México, em Johannesburgo. Seu treinador diz não ter rancor, embora ainda alfinete os repórteres.
A mudança de cenário começou fora de campo até que se transferiu para o gramado com a consolidação de um esquema, de um time.
Em amistoso contra a Alemanha, em março, o ofensivo Maradona recuou o time -quatro zagueiros e dois atacantes- para vencer o jogo.
Em paralelo, o treinador passou a ter conversas-chave com seus jogadores, principalmente Messi. Isso se intensificou com a apresentação do grupo, em maio.
É seu costume relatar passagens de suas Copas do Mundo para lhes passar como experiência para esta.
Aos poucos, a autoestima argentina, tão presente em outras ocasiões e rara então, começou a reaparecer.
Mais confiante, Maradona trocou um jogador defensivo por um atacante: Tevez entrou no lugar de Otamendi.
Sete gols e três partidas depois, ele está otimista. "Os mesmos que diziam que éramos um desastre dizem hoje que é uma seleção excelente. E são os mesmos jogadores."
A "onda boa", como classificou, não impede que Maradona faça mudanças.
Diante dos mexicanos, às 15h30, o zagueiro Samuel, contundido, deve ficar fora -entra Burdisso.
O lateral Jonás Gutiérrez e o volante Verón também correm risco de dar lugar a Otamendi e a Maxi Rodríguez. "Quem te falou isso?", questionou Maradona, quando indagado sobre as trocas.
Confirmadas as mudanças, terá o quarto time em quatro partidas, o que se encaixa nas suas declarações de que tem "23 titulares".
Ele ainda não se diz favorito, e seu time está capenga na defesa, mas cada vez mais seu discurso retoma a velha confiança argentina.


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