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Maradona resgata a velha autoconfiança argentina
Desacreditado nas eliminatórias, time pega hoje o México como favorito
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA
Oito meses atrás, a Argentina era uma seleção classificada à Copa-2010 com um
gol de rebote, feito a seis minutos do fim e por um volante. Após o jogo, o técnico Maradona ofendia jornalistas.
Hoje, é um dos dois países
que chegaram às oitavas de
final do Mundial com três vitórias em três jogos e é favorita diante do México, em Johannesburgo. Seu treinador
diz não ter rancor, embora
ainda alfinete os repórteres.
A mudança de cenário começou fora de campo até que
se transferiu para o gramado
com a consolidação de um
esquema, de um time.
Em amistoso contra a Alemanha, em março, o ofensivo Maradona recuou o time
-quatro zagueiros e dois atacantes- para vencer o jogo.
Em paralelo, o treinador
passou a ter conversas-chave
com seus jogadores, principalmente Messi. Isso se intensificou com a apresentação do grupo, em maio.
É seu costume relatar passagens de suas Copas do
Mundo para lhes passar como experiência para esta.
Aos poucos, a autoestima
argentina, tão presente em
outras ocasiões e rara então,
começou a reaparecer.
Mais confiante, Maradona
trocou um jogador defensivo
por um atacante: Tevez entrou no lugar de Otamendi.
Sete gols e três partidas depois, ele está otimista. "Os
mesmos que diziam que éramos um desastre dizem hoje
que é uma seleção excelente.
E são os mesmos jogadores."
A "onda boa", como classificou, não impede que Maradona faça mudanças.
Diante dos mexicanos, às
15h30, o zagueiro Samuel,
contundido, deve ficar fora
-entra Burdisso.
O lateral Jonás Gutiérrez e
o volante Verón também correm risco de dar lugar a Otamendi e a Maxi Rodríguez.
"Quem te falou isso?", questionou Maradona, quando
indagado sobre as trocas.
Confirmadas as mudanças, terá o quarto time em
quatro partidas, o que se encaixa nas suas declarações
de que tem "23 titulares".
Ele ainda não se diz favorito, e seu time está capenga
na defesa, mas cada vez mais
seu discurso retoma a velha
confiança argentina.
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