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"Boa-praça", técnico inova na Alemanha
Joachim Löw, 50, destaca-se com estilo franco, moderno e maleável
DO ENVIADO A PRETÓRIA
Maradona se mostra incomodado quando jornalistas
têm informações sobre seus
treinos fechados. Dunga não
gosta de explicar suas decisões no time. Fabio Capello
esconde sua escalação.
Essa cortina de ferro que
os treinadores tentam impor
sobre suas equipes inexiste
justamente na Alemanha.
Não há assunto proibido
para Joachim Löw, que em
entrevistas durante a semana fugiu dos chavões.
O time perde com a saída
de Schweinsteiger? "É o coração da equipe. Será uma desvantagem. Mas nós temos
Tony Kroos", responde ele, já
indicando o substituto.
A discussão entre Capello
e o beque John Terry afeta o
time inglês? "Não acho que
discussão entre jogador e técnico seja ruim. São profissionais. Não é o fim do mundo.
São ambiciosos, e isso pode
ser proveitoso", analisa.
Qual o ponto fraco de sua
seleção no momento? "Depois de Gana, fui crítico com
o time. Principalmente os
atacantes. No final dos lances, não fomos suficientemente bem nos passes."
O estilo franco de Löw
também serve para acabar
com chavões que dominam
este Mundial. Não há entrevista anterior ao jogo em que
os treinadores garantam ter
dado todos detalhes sobre o
adversário aos jogadores.
Questionado sobre as informações que repassaria sobre os ingleses, disse que há
um limite a ser absorvido pelos atletas. Depois, suas mentes ficam bloqueadas, diz.
A atitude aberta do técnico
alemão se reflete em campo.
Juntamente com Jürgen
Klinsmann na Copa-2006, de
quem era assistente, iniciou
a implantação de um futebol
mais ofensivo e dinâmico.
Foi uma geração que tirou
a gravata do futebol alemão,
preferindo o blazer que ostenta Löw. É verdade que o
antecessor de Klinsmann,
Rudi Völler, não usava terno,
mas em nada mudou a cara
da seleção nacional da época
de Franz Beckenbauer.
Aos 50 anos, Löw é técnico
há 14 anos, seis na seleção
alemã. Sua mentalidade
mais moderna não o faz esquecer a tradição do clássico
contra a Inglaterra.
Citou até que viu a final da
Copa-1966, da qual garante
se lembrar, apesar de, na
época, ter somente seis
anos.
(RODRIGO MATTOS)
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