São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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"Boa-praça", técnico inova na Alemanha

Joachim Löw, 50, destaca-se com estilo franco, moderno e maleável

DO ENVIADO A PRETÓRIA

Maradona se mostra incomodado quando jornalistas têm informações sobre seus treinos fechados. Dunga não gosta de explicar suas decisões no time. Fabio Capello esconde sua escalação.
Essa cortina de ferro que os treinadores tentam impor sobre suas equipes inexiste justamente na Alemanha.
Não há assunto proibido para Joachim Löw, que em entrevistas durante a semana fugiu dos chavões.
O time perde com a saída de Schweinsteiger? "É o coração da equipe. Será uma desvantagem. Mas nós temos Tony Kroos", responde ele, já indicando o substituto.
A discussão entre Capello e o beque John Terry afeta o time inglês? "Não acho que discussão entre jogador e técnico seja ruim. São profissionais. Não é o fim do mundo. São ambiciosos, e isso pode ser proveitoso", analisa.
Qual o ponto fraco de sua seleção no momento? "Depois de Gana, fui crítico com o time. Principalmente os atacantes. No final dos lances, não fomos suficientemente bem nos passes."
O estilo franco de Löw também serve para acabar com chavões que dominam este Mundial. Não há entrevista anterior ao jogo em que os treinadores garantam ter dado todos detalhes sobre o adversário aos jogadores.
Questionado sobre as informações que repassaria sobre os ingleses, disse que há um limite a ser absorvido pelos atletas. Depois, suas mentes ficam bloqueadas, diz.
A atitude aberta do técnico alemão se reflete em campo. Juntamente com Jürgen Klinsmann na Copa-2006, de quem era assistente, iniciou a implantação de um futebol mais ofensivo e dinâmico.
Foi uma geração que tirou a gravata do futebol alemão, preferindo o blazer que ostenta Löw. É verdade que o antecessor de Klinsmann, Rudi Völler, não usava terno, mas em nada mudou a cara da seleção nacional da época de Franz Beckenbauer.
Aos 50 anos, Löw é técnico há 14 anos, seis na seleção alemã. Sua mentalidade mais moderna não o faz esquecer a tradição do clássico contra a Inglaterra.
Citou até que viu a final da Copa-1966, da qual garante se lembrar, apesar de, na época, ter somente seis anos.
(RODRIGO MATTOS)


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