São Paulo, sábado, 27 de julho de 2002

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AUTOMOBILISMO

Finlandês confirma aposentadoria na F-1, McLaren renova com atual dupla, e alemão comemora

Hakkinen enterra de vez novo duelo com Schumacher

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM

De uma vez só, Michael Schumacher recebeu duas boas notícias ontem, em Hockenheim.
Primeiro, o anúncio da renovação da atual dupla de pilotos da McLaren, a que menos pontos conquistou nos últimos anos.
Em seguida, consequência dessa continuidade, a confirmação da aposentadoria do seu maior rival na F-1, o finlandês Mika Hakkinen, bicampeão em 98 e 99.
"Já esperava por isso. Quando o Mika anunciou, no ano passado, que iria descansar por uma temporada, senti que ele não voltaria", afirmou o pentacampeão.
Hakkinen e Schumacher estrearam praticamente juntos na categoria, em 1991. O finlandês, na abertura daquele Mundial. O alemão, no GP da Bélgica, 11ª etapa.
Nesses 11 anos, foram os únicos pilotos a conquistarem mais de um título. Em duas ocasiões, levaram a disputa até as últimas provas do Mundial. Em 1998, em Suzuka, deu Hakkinen. Em 2000, também no Japão, foi a vez de Schumacher levar a melhor.
Hakkinen não esteve ontem em Hockenheim. Mas mandou uma mensagem: "Neste ano, decidi tirar um período sabático para pensar no futuro. Quando visitei o paddock em Mônaco, percebi que era mesmo a hora de parar. Quero passar mais tempo com minha família e ver o Hugo [seu único filho, de um ano" crescer".
Sem Hakkinen e sem o brasileiro Hélio Castro Neves, líder da IRL, que chegou a sondar, a McLaren confirmou David Coulthard e Kimi Raikkonen em 2003.
Chefe da equipe, o inglês Ron Dennis, porém, deixou claro que não foi uma definição muito fácil.
"A decisão foi tomada após muita discussão", disse, no intervalo dos primeiros treinos livres para o GP da Alemanha, ontem.
A discussão é compreensível. Coulthard irá para sua oitava temporada na McLaren. Conseguiu 12 vitórias, índice inexpressivo em se tratando de uma das equipes mais vencedoras da categoria -em sua história, tem 135 vitórias, atrás da Ferrari, com 153.
No ano passado, quando assumiu o posto de primeiro piloto do time, decepcionou: terminou o Mundial com 65 pontos, quase a metade de Schumacher (123).
Nesta temporada, é só o quinto colocado, com 30 pontos. Raikkonen, que estreou no ano passado na F-1 e disputa seu primeiro Mundial pela McLaren, ocupa a sexta posição, com 17 pontos.
Os 47 pontos no Mundial de Construtores são a pior marca do time desde 1997. Ao fim daquela temporada, começou sua fase de vitórias com a Mercedes-Benz.
"Acho que é importante manter a continuidade de um trabalho", disse Coulthard, com a expressão de quem sabe que terá, em 2003, a última chance de desencantar.



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