Primeira atleta nacional no topo do pódio numa Olimpíada, saltadora descarta recorde mundial, mas diz que tem muito a conquistar

DA REPORTAGEM LOCAL

No embarque para Pequim, Maurren Maggi preferiu não garantir que o salto de 7 m, que vinha buscando havia tempo, sairia na Olimpíada. Ontem, no retorno para ao Brasil, ela e o técnico Nélio Moura não temeram em fazer prognósticos.
Com a medalha de ouro nas mãos, a saltadora afirmou que está preparada para bater os 7,04 m que saltou no Ninho de Pássaro. "Já na Olimpíada, eu poderia ter ido mais longe. Apesar de ter feito um salto muito bom, caí torta na areia."
O técnico, rindo à toa, já que, além de Maurren, treinou o panamenho Irving Saladino, também ouro no salto em distância, confirmou que a atleta tem mais a mostrar. "Os melhores saltos dela ainda estão por vir. Não vou dizer quanto ela pode saltar, mas buscaremos a casa dos 7,10 m visando o Mundial de Atletismo, em 2009", disse.
Apesar da glória que experimenta após ter sido a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em esportes individuais, Maurren demonstra manter os pés no chão. Descarta qualquer expectativa de quebra de recorde mundial.
"Isso [o recorde] nem passa pela minha cabeça. Sei que ainda tenho coisas a conquistar, mas meu trabalho não é para bater esse recorde", disse, referindo-se à marca de 7,52 m, estabelecida pela russa Galina Chistyakova em 1988.
Além desse, outro descarte feito por Maurren, durante entrevista coletiva após sua chegada ao Brasil, foi o de aceitar propostas para posar nua, já que havia rumores de que uma revista masculina estaria interessada na campeã olímpica. "Não aceitaria. A Sophia [a filha da saltadora, de 3 anos, com o piloto Antônio Pizzonia] não deixaria", despistou.
O reencontro de Maurren e Sophia teve direito a muitas lágrimas, mas também a surpresas. Minutos antes de a saltadora conceder entrevista, recebeu, de um dos seus patrocinadores, passagens para a Disney. "Eu havia comentado que queria ir com a Sophia [à Disney] após os Jogos. Não sei como descobriram isso", falou.
Na seqüência, um cheque de R$ 100 mil lhe foi entregue em nome do grupo Pão de Açúcar, com o qual a saltadora mantém contrato de patrocínio. Sobre outros cheques como este no ano pós-olímpico, que podem representar seu pé-de-meia, Maurren foi breve: "Vou tentar conciliar os trabalhos [publicitários] que surgirem, mas os treinos são a minha prioridade." (GB)


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