São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2004

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VÔLEI

O duelo

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Logo no início da temporada, um duelo para fazer o mundo do vôlei ferver. A Copa Salonpas, que começa no sábado, vai colocar frente a frente os dois técnicos mais vitoriosos do vôlei brasileiro: os campeões olímpicos Bernardinho e José Roberto Guimarães.
Quando Bernardinho comandava a seleção feminina, Zé Roberto era o técnico da masculina. Depois dos Jogos de Sydney, Bernardinho assumiu o time masculino e, no ano passado, Zé Roberto foi para o feminino. Bernardinho chegou ao ouro em Atenas. Zé Roberto, ouro em Barcelona, amargou o quarto lugar.
Bernardinho vai continuar no comando do masculino e retomou agora um antigo caminho: voltou a ser técnico também do time feminino do Rexona. Zé Roberto não disse que sim, nem que não. Por enquanto é apenas técnico do Finasa/Osasco, mas em 2005 pode voltar ao comando da seleção.
Estrategistas, ousados, inovadores. No mundo do vôlei, há discussões intermináveis: qual o melhor time, o de ouro, de Zé Roberto, em 92, ou o de 2004, com Bernardinho? Tempos diferentes, regras de vôlei diversas, difícil ter uma resposta.
Pelas inovações táticas que mostrou em 92, o time campeão olímpico de Barcelona surpreendeu mais, provocou um impacto maior até por ter sido o primeiro ouro de um esporte coletivo brasileiro. Mais: foi campeão olímpico invicto. O ciclo dourado desse time acabou em 93, com o título da Liga Mundial.
Já o maior mérito de Bernardinho foi conseguir que a seleção brasileira, com uma trajetória histórica de altos e baixos, tivesse o seu ciclo mais longo e vitorioso da história: há quatro anos, o time se mantém no topo, sem crises e com uma coleção de títulos.
O Brasil, com ele, ganhou tudo: Liga, Campeonato Mundial e Olimpíada. Só perdeu o Pan de Santo Domingo, uma derrota que virou lição. Bernardinho formou um time disposto a superar vaidades e a não cair nas armadilhas do passado. O que se vê é uma equipe com muitas jogadas, talentosa, mas, sobretudo, com gana de vencer.
Uma das imagens mais marcantes de Atenas aconteceu depois da vitória do Brasil sobre os Estados Unidos nas semifinais: Bernardinho, literalmente, mordendo a bola. Esse é o retrato mais fiel de uma seleção, que treina não como a primeira do mundo, mas para reconquistar sempre o primeiro lugar.
O certo é que agora, na Copa Salonpas, Bernardinho e Zé Roberto vão comandar as duas equipes favoritas ao título. E a disputa promete.
O Rexona tem Fernanda Venturini, Sassá, Jaqueline e Fabiana. Leila, com uma lesão no joelho, não joga. O Osasco tem Mari, Érika, Valeskinha e Arlene.
O MRV/Minas, da levantadora Carol, é o outro representante brasileiro. Entre os estrangeiros, o destaque é o Havana, com algumas jogadoras da seleção cubana: Dulce Tellez, Rosír Calderón e Nancy Carrillo. O Munster, da Alemanha, e o Regatas Lima, do Peru, devem ficar fora da luta pelo título.

Tabela
O Osasco, do técnico Zé Roberto, estréia no sábado, às 15h, na Copa Salonpas contra o Regatas Lima. O destaque do time é a veterana levantadora Rosa Garcia, integrante da seleção peruana, vice-campeã olímpica em Seul-88. O Rexona também faz sua primeira partida no sábado, às 17h, diante do MRV/Minas. Os confrontos serão realizados no ginásio do Ibirapuera.

Mundialito
A Unisul, atual campeã da Superliga Nacional, vai disputar o Mundialito de Clubes, entre 5 e 11 de outubro, na Argentina. O time, reforçado pelo atacante Giovane, vai enfrentar o Sisley Treviso, da Itália, o Almeria, da Espanha, e o Bolívar, da Argentina. Não há mistério: o Treviso, do brasileiro Gustavo, e a Unisul são os grandes favoritos.

E-mail cidasan@uol.com.br

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