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VÔLEI
O duelo
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Logo no início da temporada,
um duelo para fazer o mundo
do vôlei ferver. A Copa Salonpas,
que começa no sábado, vai colocar frente a frente os dois técnicos
mais vitoriosos do vôlei brasileiro:
os campeões olímpicos Bernardinho e José Roberto Guimarães.
Quando Bernardinho comandava a seleção feminina, Zé Roberto era o técnico da masculina.
Depois dos Jogos de Sydney, Bernardinho assumiu o time masculino e, no ano passado, Zé Roberto foi para o feminino. Bernardinho chegou ao ouro em Atenas.
Zé Roberto, ouro em Barcelona,
amargou o quarto lugar.
Bernardinho vai continuar no
comando do masculino e retomou agora um antigo caminho:
voltou a ser técnico também do time feminino do Rexona. Zé Roberto não disse que sim, nem que
não. Por enquanto é apenas técnico do Finasa/Osasco, mas em
2005 pode voltar ao comando da
seleção.
Estrategistas, ousados, inovadores. No mundo do vôlei, há discussões intermináveis: qual o melhor time, o de ouro, de Zé Roberto, em 92, ou o de 2004, com Bernardinho? Tempos diferentes, regras de vôlei diversas, difícil ter
uma resposta.
Pelas inovações táticas que
mostrou em 92, o time campeão
olímpico de Barcelona surpreendeu mais, provocou um impacto
maior até por ter sido o primeiro
ouro de um esporte coletivo brasileiro. Mais: foi campeão olímpico
invicto. O ciclo dourado desse time acabou em 93, com o título da
Liga Mundial.
Já o maior mérito de Bernardinho foi conseguir que a seleção
brasileira, com uma trajetória
histórica de altos e baixos, tivesse
o seu ciclo mais longo e vitorioso
da história: há quatro anos, o time se mantém no topo, sem crises
e com uma coleção de títulos.
O Brasil, com ele, ganhou tudo:
Liga, Campeonato Mundial e
Olimpíada. Só perdeu o Pan de
Santo Domingo, uma derrota que
virou lição. Bernardinho formou
um time disposto a superar vaidades e a não cair nas armadilhas
do passado. O que se vê é uma
equipe com muitas jogadas, talentosa, mas, sobretudo, com gana de vencer.
Uma das imagens mais marcantes de Atenas aconteceu depois da vitória do Brasil sobre os
Estados Unidos nas semifinais:
Bernardinho, literalmente, mordendo a bola. Esse é o retrato
mais fiel de uma seleção, que treina não como a primeira do mundo, mas para reconquistar sempre
o primeiro lugar.
O certo é que agora, na Copa
Salonpas, Bernardinho e Zé Roberto vão comandar as duas equipes favoritas ao título. E a disputa
promete.
O Rexona tem Fernanda Venturini, Sassá, Jaqueline e Fabiana. Leila, com uma lesão no joelho, não joga. O Osasco tem Mari,
Érika, Valeskinha e Arlene.
O MRV/Minas, da levantadora
Carol, é o outro representante
brasileiro. Entre os estrangeiros, o
destaque é o Havana, com algumas jogadoras da seleção cubana:
Dulce Tellez, Rosír Calderón e
Nancy Carrillo. O Munster, da
Alemanha, e o Regatas Lima, do
Peru, devem ficar fora da luta pelo título.
Tabela
O Osasco, do técnico Zé Roberto, estréia no sábado, às 15h, na Copa
Salonpas contra o Regatas Lima. O destaque do time é a veterana levantadora Rosa Garcia, integrante da seleção peruana, vice-campeã
olímpica em Seul-88. O Rexona também faz sua primeira partida no
sábado, às 17h, diante do MRV/Minas. Os confrontos serão realizados no ginásio do Ibirapuera.
Mundialito
A Unisul, atual campeã da Superliga Nacional, vai disputar o Mundialito de Clubes, entre 5 e 11 de outubro, na Argentina. O time, reforçado pelo atacante Giovane, vai enfrentar o Sisley Treviso, da Itália, o
Almeria, da Espanha, e o Bolívar, da Argentina. Não há mistério: o
Treviso, do brasileiro Gustavo, e a Unisul são os grandes favoritos.
E-mail cidasan@uol.com.br
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