São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

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Por paz, rivais "domesticam" discurso

Para evitar problemas ocorridos nos confrontos anteriores, jogadores de São Paulo e Corinthians medem as palavras

Diretorias fazem o possível para não esquentar duelo, que já teve briga de torcida, gesto obsceno e bate-boca entre cartolas e jogadores

DA REPORTAGEM LOCAL

Foram quatro confrontos em 2009. Em todos, a animosidade entre São Paulo e Corinthians se estendeu a atletas, comissão técnica, diretoria ou torcida dos dois times, que hoje se enfrentam às 16h, no Morumbi.
Por conta do retrospecto de hostilidade que envolveu o clássico em 2009, o jogo de hoje foi cercado de cuidados. Durante a semana, jogadores e cartolas se esmeraram para não dar espaço para polêmicas.
Tudo para evitar os episódios que ocorreram nas quatro partidas desta temporada.
O primeiro duelo, em fevereiro, pelo Paulista, foi marcado pela rixa entre as diretorias corintiana e são-paulina por conta da cota de ingressos para visitantes. Como resultado, o presidente do Corinthians, Andres Sanchez, prometeu não atuar como mandante no Morumbi durante sua gestão.
Após o empate por 1 a 1, um tumulto entre torcedores alvinegros e Polícia Militar teve como saldo 49 feridos.
Os dois times voltaram a se encontrar nas semifinais do Estadual, em abril. No primeiro jogo, o volante corintiano Cristian foi denunciado na Justiça após comemorar o gol da vitória com um gesto ofensivo direcionado à torcida tricolor.
No segundo duelo, Ronaldo chamou o vice de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, de "babaca". Durante a semana do confronto, vencido pelo Corinthians, o dirigente havia se referido a ele como um jogador aposentado.
Por fim, os protagonistas de um bate-boca no quarto e último confronto, em junho (outro triunfo alvinegro), pelo primeiro turno do Brasileiro, foram o treinador Mano Menezes e o auxiliar técnico Milton Cruz.
Mano chamou Cruz de "interino", e este rebateu dizendo que havia ganhado dois títulos mundiais. Os dois garantem que o episódio foi superado.
Desta vez, a estratégia de apaziguar o confronto foi bem- -sucedida nas duas equipes, ao menos antes do clássico.
No Corinthians, o presidente Andres Sanchez pediu a seus colaboradores que não criassem atrito com o São Paulo.
A orientação chegou até os jogadores, que se esforçaram para dar um tom político às entrevistas desta semana.
O único que destoou foi o atacante Dentinho, ao lembrar que, aos 13 anos, foi rejeitado pelas categorias de base do rival. Mesmo assim, tratou de minimizar a vantagem corintiana no retrospecto recente.
"Não tem essa de freguês. Ganhamos as últimas partidas, mas cada uma teve uma história. Não vamos colocar fogo no jogo", declarou o atacante.
Do outro lado, a ordem partiu do técnico Ricardo Gomes, que proibiu os jogadores de darem entrevistas exclusivas.
Nas coletivas, sobraram elogios ao time montado por Mano Menezes e a Ronaldo.
Entre os cartolas, troca de gentilezas. "O São Paulo é sempre impessoal. Vamos tratar bem o Corinthians como tratamos bem todos os adversários que jogam no Morumbi", disse João Paulo Jesus Lopes, diretor de futebol do clube.
Dentro de campo, a previsão é de uma partida dura. Para Mano, o jogo será "truncado". "Terá muita marcação, mas são times técnicos, que querem jogar. Não será um jogo feio", disse Ricardo Gomes. (CAROLINA ARAÚJO E MARTÍN FERNANDEZ)

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