São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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OS HILÁRIOS

Parentes de Nenê erguem mansão, mas temem sequestro e aprendem inglês para emigrar

Família pensa em mudar para os EUA

DO ENVIADO A SÃO CARLOS

Se Nenê ainda prepara uma surpresa para Nivaldo Meneghelli, sua família já está desfrutando em São Carlos (231 km a noroeste de São Paulo) as benesses de ter um parente milionário.
O jogador tratou de transferir seu pai, José Paulo, 47, sua mãe, Carmen, 55, seu irmão, Maykon, 23, sua irmã, Mayaramy, 21, e o cachorro Puff, 1 ano e três meses, para uma moradia melhor.
Eles se mudaram de uma casa pequena, de R$ 20 mil, para um apartamento médio, avaliado em R$ 90 mil. Até o final do ano, devem mudar de novo, para um condomínio fechado, onde é erguida uma mansão que deve sair em torno de R$ 1 milhão.
A família de Nenê, contudo, não pretende ter o novo lar como endereço definitivo. Com medo de sequestro -ficou conhecida na cidade, que prestou uma homenagem no início de agosto ao atleta-, quer, no ano que vem, estar nos EUA. "Vamos para perto do Maybyner. Estamos aprendendo inglês para isso", afirma Carmen.
Questionada, explicou a razão de ter dado esse nome (pronuncia-se Máibiner) ao filho caçula. "Foi em homenagem aos filhos da Lucinda [uma das irmãs de José Paulo], Ebiner e Welliner."
Tanto José Paulo como Carmen pararam de trabalhar. Ele era técnico de comunicação em uma rádio local e segurança em duas empresas; ela, enfermeira.
Em relação à saudade de Nenê, quem mais parece sentir é a namorada, que mora no Rio.
"Ficamos duas horas por dia no telefone. E ai dele se não ligar", diz Gabriela Bruno, que também jogava basquete no Vasco quando conheceu Nenê.
O Vasco, aliás, é uma palavra meio proibida entre os Hilários. O tio, Edinho, lembrou a tentativa do clube de não permitir que o sobrinho atuasse nos EUA. "Houve rumores de que ele teria abandonado o time, mas estava com os salários atrasados."
Após o imbróglio chegar à Federação Internacional de Basquete, Nenê cedeu US$ 400 mil ao Vasco para ser liberado.
O pai, José Paulo, se diz feliz por saber que seu filho realizou um sonho. "Falava para mim: "Um dia vou jogar na NBA". E a gente falava: "Vai com coragem". E foi coisa de pouco tempo."
Tempo que, neste ano, voou a favor dos Hilários. (LC)


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