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FUTEBOL
Em rodada tumultuada, Grêmio e Santa Cruz vencem e garantem retorno para a elite do futebol brasileiro em 2006
"Milagre" gaúcho e confusão encerram a B
DA REPORTAGEM LOCAL
A Série B definiu ontem Grêmio
e Santa Cruz como campeão e vice, respectivamente, num clima
de muita confusão em Recife.
A dramaticidade da classificação, no entanto, ficou toda centrada no time gaúcho, que bateu o
Náutico por 1 a 0 com apenas sete
jogadores em campo e terminou
como campeão da Segundona.
No jogo teve de tudo: agressão a
juiz, invasão de torcedor, policiamento no gramado, paralisação
por quase meia hora e expulsões
no atacado -foram quatro no
Grêmio e uma no Náutico.
A classificação teve um sabor
épico para os gaúchos. "Quando
eu contar para os meus netos o
que aconteceu, eles vão dizer: vovô, o senhor é um mentiroso",
disse o gremista Marcelo Costa.
O Náutico, que perdeu dois pênaltis quando o jogo estava 0 a 0,
acabou sofrendo o gol de Anderson em jogada pela esquerda,
quando o rival tinha só sete atletas
em campo. A vitória aconteceu
após a paralisação por quase meia
hora por causa da confusão.
Em Porto Alegre, milhares de
torcedores do Grêmio foram às
ruas comemorar o retorno à divisão principal do Nacional.
Já o Santa Cruz também teve
sua cota de sofrimento, mas em
dose bem menor. Depois de sair
atrás do marcador, a equipe pernambucana virou o jogo ainda no
segundo tempo (2 a 1) e no final só
administrou a vantagem.
A cidade de Recife produziu
dois climas bem distintos. Apesar
de ter apresentado um público superior a 60 mil pessoas, o ambiente no Arruda foi tranqüilo. Tomado pela torcida do Santa Cruz, a
PM não teve trabalho para garantir a segurança dos torcedores da
Portuguesa dentro do estádio.
Já nos Aflitos, o clima foi de
guerra. O vestiário do Grêmio foi
pintado e o time gaúcho foi impedido de fazer o aquecimento no
gramado. Essa guerra de nervos
acabou atrasando a partida em
cinco minutos. Fora do estádio,
uma barreira impediu que o ônibus gremista entrasse no estádio,
e os atletas tiveram que suportar a
pressão da torcida do Náutico.
Quando o jogo entre pernambucanos e gaúchos começou, a
partida já tinha cinco minutos.
Necessitando da vitória, a Portuguesa teve postura ofensiva e, de
pênalti, aos 19min, fez 1 a 0 com
Cléber. O gol colocou a Portuguesa em segundo lugar, com oito
pontos, e garantia a vaga de acesso para a equipe do Canindé.
Apesar do 0 a 0, Náutico e Grêmio também apresentavam ritmo
forte. E simultaneamente, as duas
torcidas de Recife pularam para
vibrar pelo seu time.
No estádio do Arruda, Reinaldo
empatou o jogo contra ao Portuguesa, aos 38min. Bem próximo
dali, os alvi-rubros festejavam o
pênalti que Paulo Mattos sofreu.
No entanto, a festa do Náutico
não foi completa. Bruno Carvalho
acertou a bola na trave e perdeu a
chance de deixar o Náutico provisoriamente classificado.
O final do primeiro tempo reservou ainda mais emoções. O
Santa Cruz não precisou de mais
do que dois minutos para desempatar, novamente com Reinaldo,
e selar a sua vaga na elite.
No movimentado jogo, sobrou
até para o juiz Héber Roberto Lopes. Ele levou uma trombada do
atacante Leandro Amaral, da Portuguesa, e teve de ser atendido
após desabar no gramado.
Na volta do intervalo, o ambiente esquentou nos Aflitos quando
Escalona, do Grêmio, foi expulso.
O juiz Djalma Beltrami assinalou nova penalidade contra os
gaúchos, dessa vez num toque de
mão de Nunes, e a confusão tomou conta do gramado. Os gremistas partiram para cima do juiz
para não deixar bater o pênalti e
mais três atletas foram expulsos.
O árbitro foi agredido várias vezes e o policiamento entrou em
campo, aumentando o caos.
Após quase meia hora de paralisação, a partida foi retomada, mas
na cobrança de pênalti Ademar
chutou no meio do gol e Galatto
fez a defesa.
Na saída, Anderson, que entrara
pouco antes da confusão, cavou a
expulsão do zagueiro Batata. Na
cobrança de falta, em bela jogada,
fez o gol da vitória. E saiu como
um dos heróis do jogo.
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