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Dualib marca fim de sua era e já prepara sucessor
Presidente corintiano planeja alteração no estatuto do clube e limita reeleição
Após mudanças, dirigente,
que está no 7º mandato,
não poderá mais concorrer,
mas deve apoiar Roque
Citadini para o seu lugar
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Alberto Dualib vai acabar
com o sistema que o ajudou a
criar um reinado ditatorial de
13 anos no Corinthians. Em seu
sétimo mandato seguido como
presidente do clube do Parque
São Jorge, o dirigente vai alterar o estatuto social e colocará
fim à possibilidade de reeleição
no cargo que ocupa.
Mas, segundo a reportagem
apurou, prepara Antonio Roque Citadini para substitui-lo.
Como mostra documento
obtido pela Folha, o artigo 92
do capítulo IX, permitirá apenas uma reeleição ao presidente e aos vices de diretoria com
mandatos de três anos. Esse é o
principal item da proposta que
o cartola levará ao Cori (Conselho de Orientação) e ao Conselho Deliberativo em reunião
marcada para amanhã.
O fato de o dirigente impedir
mais de dois mandatos -atualmente não existe limite- não
significa o fim da era Dualib.
Em meio à série de denúncias contra sua gestão, o cartola
agiu rápido e articula, com as
alterações estatutárias, manter
o conselho sob seu controle até
que faça um sucessor daqui a
dois anos, quando termina seu
atual mandato presidencial.
Para isso, vai escolher entre
20 e 30 novos conselheiros vitalícios. No quadro eleitoral do
clube, eles somam 200 e, quando aprovadas as mudanças, os
vitalícios ganharão mais poder.
Eles elegerão cem dos 200
conselheiros em janeiro de
2007. Atualmente é Dualib
quem indica os quadrienais.
Outros cem são eleitos pelos
sócios do clube -uma chapa de
situação e outra de oposição,
comandada pelo ex-vice de futebol Andres Sanchez, monopolizam a disputa.
Dualib está preocupado com
os ataques à sua administração
e, dessa maneira, articulou um
acordo com Citadini, ex-vice-presidente eleito.
Citadini, que até a chegada
da MSI ao clube era homem de
confiança do atual presidente,
voltou a se aproximar dele com
a iminente saída da parceira do
Parque São Jorge.
Os dois tem se falado diariamente. Fizeram também algumas longas reuniões para costurar um acerto político que asseguraria a eleição da chapa de
Dualib no Conselho em janeiro
do próximo ano e a presidência
a Citadini daqui a dois anos.
Setores de oposição acreditam que a postura de Citadini
contra a atual gestão não passa
de jogo de cena. Dizem que o
objetivo é dividir os votos do
grupo. Hoje, por exemplo, dois
eventos serão realizados por
adversários de Dualib.
Um deles, às 19h, no centro
da cidade, comandado por Citadini, deve reunir cerca de 50
conselheiros. Outro, de Sanchez, na zona leste paulistana,
acontecerá um pouco mais tarde. Alguns conselheiros reclamam dessa divisão. Avaliam
que, com dois grupos, não será
possível fazer frente à chapa
política de Dualib.
Há uma tentativa de aproximar Sanchez e Citadini. Os dois
grupos discutirão hoje os problemas da atual administração,
abalada por denúncias de favorecimento a conselheiros próximos a Dualib, e também as alterações estatutárias.
Uma outra mudança proposta pelo atual presidente é a
criação do sócio-torcedor, antiga reivindicação de oposicionistas corintianos.
Dualib justifica para a alteração no estatuto social o fato de
o clube ter de se adequar ao novo Código Civil, válido a partir
de 2007 e que determina a votação dos sócios para mudar o
estatuto do clube.
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