São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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CIDA SANTOS

Itália no caminho brasileiro


Seleção nacional depende só de seus próprios resultados, contra Itália e Bulgária, para seguir no Mundial do Japão


FALTAM DOIS JOGOS , os dois que vão decidir o futuro do Brasil no Mundial de vôlei, no Japão. O primeiro é na próxima madrugada contra a Itália. O segundo, na quarta-feira, contra a surpreendente Bulgária. Uma derrota contra os italianos complica a classificação brasileira para as semifinais.
Brasil, Itália, França e Bulgária são as seleções ainda com chances de classificação no grupo F. A única invicta é a Bulgária, as outras três têm uma derrota cada. Dois resultados negativos praticamente eliminam o time. A França joga amanhã contra a Bulgária e quarta contra a Itália.
O bom dessa história é que a seleção brasileira só depende de seus próprios resultados. Mais: o time, que perdeu na primeira fase para a França, evolui a cada rodada. No jogo contra os EUA, sábado, beirou a perfeição. Deu show de bola. Ontem, contra a República Tcheca, que tem como base um saque forte e um bloqueio pesado, o Brasil venceu por 3 a 0, mas jogou um pouco abaixo do que poderia. Não sacou tão bem, perdeu contra-ataques e André Nascimento, bem substituído por Anderson, não estava inspirado.
O que tem chamado a atenção é a velocidade, bem maior do que a usual, do jogo brasileiro. O levantador Ricardinho, mesmo quando o passe não está uma maravilha, acelera, e muito, o jogo. Aquela bola do fundo da quadra, pelo meio, com Giba é praticamente sem defesa. Ricardinho, o mais brilhante levantador hoje, tem feito a sua revolução. Nunca nenhum time de vôlei jogou tão rápido como o Brasil hoje.
Impressiona. É claro que para isso ele conta com o passe perfeito de Escadinha, com atacantes rápidos e um fora de série como Giba. E ele já faz escola. A Itália, com o levantador Vermiglio, também está com um jogo mais acelerado. O confronto contra os italianos será de vida ou morte para os dois times. Vai ter bate-boca e duas seleções forçando muito o saque. É um clássico, qualquer um pode ganhar, mas o Brasil é o favorito. A Itália tem um grande central, Mastrangelo, e dois atacantes que desequilibram: o oposto Fei e o ponteiro Cisolla, que alcança a bola no ataque a 3,67 m do chão. Para ter uma idéia do que isso significa, o jogador brasileiro com maior alcance de bola é o central Rodrigão, com 3,50 m.
A Bulgária é a surpresa. Já derrubou adversários fortes como a Itália. O time tem um saque arrasador. O destaque é o ponteiro Kaziyski, 22 anos e 2,02 m. Ele tem o melhor saque do Mundial: já registra 19 aces. É também o quarto melhor atacante e o sexto maior pontuador do torneio com 120 pontos.
Na outra chave, a surpresa é a Polônia, que ainda não perdeu nenhum set. O time, que pegou uma primeira fase com adversários frágeis como Japão e Argentina, passará pelo grande teste nas duas últimas rodadas quando vai enfrentar a Rússia, que já tem uma derrota, e a invicta Sérvia e Montenegro.

O DONO DA BOLA
Porto Rico não tem chance de classificação. Por enquanto, sua façanha foi vencer uma decepcionante Argentina. A fórmula de jogo do time é: bola para o atacante Hector Soto. Mesmo assim, a equipe tem o que comemorar. Soto é o maior pontuador do Mundial, com 170.

SUPER SOTO
O atacante de Porto Rico, de 28 anos e 1,97 m, já ganhou até apelido no site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). Virou o Super Soto depois de marcar 30 pontos na derrota de seu time para a Sérvia e Montenegro.

GANGUE DOS LOUCOS
O site da FIVB também distribuiu outros apelidos. A seleção foi chamada de ""gangue dos loucos" por causa do modo vibrante como os jogadores comemoram os pontos.

cidansan@uol.com.br


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