São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 2006

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Fabão e Danilo brilham na última vez

Zagueiro e meia, que chegaram desacreditados ao São Paulo e vão jogar no Japão, são saudados na festa pelo tetra

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um entrou com o cabelo mais produzido do que nunca. O outro foi discreto como sempre. O primeiro mandou falta na Lua e perdeu uma grande chance de cabeça com o gol vazio. O segundo caiu algumas vezes no chão e ajudou a partida a ter um ritmo lento. Assim, Fabão e Danilo triunfaram como poucos no São Paulo e se despediram ontem no Morumbi.
No jogo de festa pelo tetra, o campeão brasileiro exaltou o básico: 2 a 0 no Cruzeiro. Os mais de 46 mil são-paulinos presentes no estádio vibraram com o resultado, sem show, mas foram mais saudar seus heróis, os que ficarão, os que podem sair e Fabão que Danilo, que já são do Kashima Antlers.
O zagueiro foi ontem o primeiro a ter seu nome gritado em coro (primeiro até que Rogério, pelo menos por um dia). O segundo também foi bastante aplaudido, embora de forma menos efusiva, como o próprio meia se acostumou.
"Fabão de Boer" e "Zidanilo" estrearam no time no mesmo dia (21 de janeiro de 2004, em um 0 a 0 contra a Ponte Preta). Superaram a desconfiança inicial e ganharam Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Partem para o Japão com seus nomes na história do clube.
Ambos estão na luta pela honraria de integrar a seleção do campeonato e pareciam ontem mais motivados que os outros jogadores. Danilo acertou um chute, de direita, no lance mais bonito do primeiro tempo, mas o goleiro Fábio estragou os planos do camisa 10 de fazer um gol na despedida.
Sem Aloísio (contundido) e Lenilson (operado e suspenso), Danilo atuou mais adiantado e participou de quase todas as poucas jogadas de ataque. Já Fabão, sem muito trabalho atrás, era esperança de gols -anotara nos dois últimos jogos, contra Goiás e Atlético-PR.
A chuva não ajudou nem o vigoroso Fabão nem o habilidoso Danilo. Fora um ou outro chute de média distância de um outro companheiro, como Ilsinho, Leandro e Souza, poucos foram os lances mais agudos.
Tudo bem que no segundo tempo Rogério Ceni cobrou magistralmente uma falta, vencendo Fábio, mas o goleiro-artilheiro não era o maior protagonista ontem no estádio.
"Fabão, Fabão", gritou a torcida pouco após o 1 a 0 do São Paulo, aos 12min da etapa final. O nome de Danilo não foi muito gritado, talvez porque ele tenha sentido dores no segundo tempo e tenha caído um pouco de rendimento. Ele, no entanto, tem crédito. Se o jogo de ontem fosse decisivo ou contra Corinthians e River Plate, provavelmente ele arrasaria.
Nos minutos finais, vários nomes foram cantados, mas Fabão e Danilo, que devem ser poupados do jogo derradeiro contra o Paraná, no próximo domingo, seriam mesmo o centro das atenções. Escanteio aos 38min. Danilo desvia de cabeça, e Fabão manda de carrinho para o gol. E para o adeus.


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