São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 2009

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Voltas de tops agitam circuito feminino

Cinco dos últimos seis prêmios da WTA para os melhores retornos ao circuito foram conquistados por ex-números um

Única tenista a parar no topo do ranking, a belga Justine Henin desiste da aposentadoria para tentar conquistar Wimbledon

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A própria Kim Clijsters classificou seu título no Aberto dos EUA, em seu terceiro torneio após a volta ao circuito da WTA (Associação das Tenistas Mulheres), como "surreal".
O feito da tenista belga (a terceira mãe a conquistar um título de Grand Slam), após dois anos e meio de afastamento das quadras, realçou uma tendência no circuito feminino.
Anualmente, a WTA premia uma jogadora com o título de "melhor volta". Das últimas cinco premiadas, quatro já ocuparam o topo do ranking.
A vencedora de 2009 só deve ser anunciada em março, mas a indicação de Clijsters, 26, vencedora da categoria em 2005 após lesão e cirurgia no pulso esquerdo, é incontestável.
É por isso que o retorno ao circuito da também belga Justine Henin, 27, é aguardado com muita expectativa no circuito.
Em maio de 2008, Henin surpreendeu o mundo ao se tornar a primeira tenista da história a se aposentar como número um do ranking, posto que ocupou por 188 semanas.
Seu reinado seria ainda mais longo se, na época do anúncio, a belga não tivesse pedido que seu nome fosse retirado imediatamente do ranking.
A volta oficial de Henin está marcada para o Torneio de Brisbane, a partir do dia 4 de janeiro. Na semana seguinte, ela joga em Sydney e, assim como a compatriota Clijsters, tenta conquistar um título de Grand Slam (o Aberto da Austrália) em seu terceiro torneio após seu retorno às quadras.
Mas a belga já demonstrou estar em boa forma. No início do mês, Henin venceu a italiana Flavia Penneta, 12ª do mundo, por duplo 6/4 em um torneio exibição. Na semana seguinte, derrotou a russa Nadia Petrova (20ª), por (7/6 e 6/2).
Mas não foi o feito de Clijsters que inspirou Henin a desistir da aposentadoria.
A ex-número um do mundo afirma que ao ver Roger Federer conquistar Roland Garros e fechar o Grand Slam (vencer os quatro maiores torneios) começou a sentir "algo estranho".
Por isso, ela já traçou uma meta bem definida para seu retorno: ganhar Wimbledon.
Dona de sete títulos de Grand Slam -Aberto da Austrália (2004), Roland Garros (2003, 2005, 2006 e 2007) e Aberto dos EUA (2003 e 2007)-, Henin foi finalista duas vezes no mais tradicional torneio.
"O retorno não é só por Wimbledon, mas é uma grande parte disso. É o torneio que eu nunca venci. Será meu desafio agora, nunca desistirei", afirmou a belga ao "The Times".
Para conquistar seu objetivo, Henin terá que superar o medo.
"Nunca tive confiança o suficiente como jogadora de grama. Estou sempre com medo das irmãs Williams na grama, principalmente da Venus", disse.
Henin conta que a derrota para a francesa Marion Bartoli na semifinal de 2007 ocorreu, em parte, por ela estar "apavorada" com a possibilidade de encarar a norte-americana na decisão. Henin, que em dois jogos nunca havia perdido um set para Bartoli, levou a primeira parcial, mas cedeu a virada.


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