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Voltas de tops agitam circuito feminino
Cinco dos últimos seis prêmios da WTA para os melhores retornos ao circuito foram conquistados por ex-números um
Única tenista a parar no topo do ranking, a belga Justine Henin desiste da aposentadoria para tentar
conquistar Wimbledon
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
A própria Kim Clijsters classificou seu título no Aberto dos
EUA, em seu terceiro torneio
após a volta ao circuito da WTA
(Associação das Tenistas Mulheres), como "surreal".
O feito da tenista belga (a terceira mãe a conquistar um título de Grand Slam), após dois
anos e meio de afastamento das
quadras, realçou uma tendência no circuito feminino.
Anualmente, a WTA premia
uma jogadora com o título de
"melhor volta". Das últimas
cinco premiadas, quatro já ocuparam o topo do ranking.
A vencedora de 2009 só deve
ser anunciada em março, mas a
indicação de Clijsters, 26, vencedora da categoria em 2005
após lesão e cirurgia no pulso
esquerdo, é incontestável.
É por isso que o retorno ao
circuito da também belga Justine Henin, 27, é aguardado com
muita expectativa no circuito.
Em maio de 2008, Henin
surpreendeu o mundo ao se
tornar a primeira tenista da
história a se aposentar como
número um do ranking, posto
que ocupou por 188 semanas.
Seu reinado seria ainda mais
longo se, na época do anúncio, a
belga não tivesse pedido que
seu nome fosse retirado imediatamente do ranking.
A volta oficial de Henin está
marcada para o Torneio de
Brisbane, a partir do dia 4 de janeiro. Na semana seguinte, ela
joga em Sydney e, assim como a
compatriota Clijsters, tenta
conquistar um título de Grand
Slam (o Aberto da Austrália)
em seu terceiro torneio após
seu retorno às quadras.
Mas a belga já demonstrou
estar em boa forma. No início
do mês, Henin venceu a italiana
Flavia Penneta, 12ª do mundo,
por duplo 6/4 em um torneio
exibição. Na semana seguinte,
derrotou a russa Nadia Petrova
(20ª), por (7/6 e 6/2).
Mas não foi o feito de Clijsters que inspirou Henin a desistir da aposentadoria.
A ex-número um do mundo
afirma que ao ver Roger Federer conquistar Roland Garros e
fechar o Grand Slam (vencer os
quatro maiores torneios) começou a sentir "algo estranho".
Por isso, ela já traçou uma
meta bem definida para seu retorno: ganhar Wimbledon.
Dona de sete títulos de Grand
Slam -Aberto da Austrália
(2004), Roland Garros (2003,
2005, 2006 e 2007) e Aberto
dos EUA (2003 e 2007)-, Henin foi finalista duas vezes no
mais tradicional torneio.
"O retorno não é só por Wimbledon, mas é uma grande parte disso. É o torneio que eu
nunca venci. Será meu desafio
agora, nunca desistirei", afirmou a belga ao "The Times".
Para conquistar seu objetivo,
Henin terá que superar o medo.
"Nunca tive confiança o suficiente como jogadora de grama.
Estou sempre com medo das irmãs Williams na grama, principalmente da Venus", disse.
Henin conta que a derrota
para a francesa Marion Bartoli
na semifinal de 2007 ocorreu,
em parte, por ela estar "apavorada" com a possibilidade de
encarar a norte-americana na
decisão. Henin, que em dois jogos nunca havia perdido um set
para Bartoli, levou a primeira
parcial, mas cedeu a virada.
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