São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 2001

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Bastia acusa FPF de fraudar contrato

DA REPORTAGEM LOCAL

EM SÃO PAULO

O Bastia acusou em correspondência à Fifa a Federação Paulista de Futebol de ter fraudado o contrato de transferência do jogador Piekarski para o clube francês.
De acordo com o Bastia, o contrato em seu poder tem, pela parte brasileira, duas assinaturas: a do presidente da FPF, Eduardo José Farah, e outra que a agremiação identifica como a do vice Reynaldo Carneiro Bastos.
O presidente do Bastia, François Nicolai, afirmou na carta enviada no dia 4 de dezembro do ano passado que, ao recorrer à Fifa para receber os US$ 600 mil referentes à terceira parcela da venda de Piekarski, a FPF enviou outro contrato, assinado apenas por Farah.
A cópia obtida pela Folha, conforme o relato do Bastia, é a da FPF. O documento foi reconhecido por Carneiro Bastos. Ele afirmou desconhecer a existência de outra versão do acordo.
Na carta do Bastia à Fifa e no contrato -intitulado ""Convention Financière de Mutation", algo como ""Convenção Financeira para Transferência"- reconhecido pela FPF, há semelhança no fundamental: o clube deveria pagar US$ 1,8 milhão à entidade, em três parcelas de US$ 600 mil.
Objetivamente, houve um calote de US$ 600 mil, ocorrido depois de Piekarski cumprir péssima temporada 1998-99 na França: jogou 13 vezes e não marcou nenhum gol, segundo o site Soccer Association. Logo seria transferido para o Legia Varsóvia, de seu país de origem.
O Bastia alega ter descoberto posteriormente ter sido vítima de "uma manobra por meios condenáveis", na qual a FPF teria contado que Piekarski tivera larga passagem (e não seis meses) pelo Mogi Mirim.
É pouco provável que o Bastia ignorasse a história do jogador. O clube diz que só poderia pagar uma "indenização por transferência" referente à promoção de Piekarski pelo Mogi Mirim, mas nunca no valor de US$ 1,8 milhão. Dá a entender que pode até requerer a devolução de parte do US$ 1,2 milhão que pagou.
Embora provavelmente soubesse que a FPF dirigiu a negociação porque o passe de Piekarski era seu -legalmente, a propriedade era do Mogi, porque só clubes podem ter jogadores-, o Bastia ironizou a federação.
"Em nenhum momento o Sporting Club de Bastia teve algum contato com o Mogi Mirim Esporte Clube. Todas as negociações foram diretamente levadas por representante da FPF, que representava igualmente o Mogi. Por que essa presença da FPF nessa negociação?"
À época, o diretor-geral do clube era Jean-André Nicolai. O cargo hoje é de Christian Villanova, que se negou a comentar à Folha detalhes do confronto. "É um litígio clássico no futebol. Não tenho nada a confirmar. Há uma instância que vai julgar o caso, é tudo o que tenho a dizer. Esperamos o resultado da Fifa." (JA e MM)


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