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Bastia acusa FPF de fraudar contrato
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
O Bastia acusou em correspondência à Fifa a Federação Paulista
de Futebol de ter fraudado o contrato de transferência do jogador
Piekarski para o clube francês.
De acordo com o Bastia, o contrato em seu poder tem, pela parte
brasileira, duas assinaturas: a do
presidente da FPF, Eduardo José
Farah, e outra que a agremiação
identifica como a do vice Reynaldo Carneiro Bastos.
O presidente do Bastia, François
Nicolai, afirmou na carta enviada
no dia 4 de dezembro do ano passado que, ao recorrer à Fifa para
receber os US$ 600 mil referentes
à terceira parcela da venda de Piekarski, a FPF enviou outro contrato, assinado apenas por Farah.
A cópia obtida pela Folha, conforme o relato do Bastia, é a da
FPF. O documento foi reconhecido por Carneiro Bastos. Ele afirmou desconhecer a existência de
outra versão do acordo.
Na carta do Bastia à Fifa e no
contrato -intitulado ""Convention Financière de Mutation", algo como ""Convenção Financeira
para Transferência"- reconhecido pela FPF, há semelhança no
fundamental: o clube deveria pagar US$ 1,8 milhão à entidade, em
três parcelas de US$ 600 mil.
Objetivamente, houve um calote de US$ 600 mil, ocorrido depois
de Piekarski cumprir péssima
temporada 1998-99 na França: jogou 13 vezes e não marcou nenhum gol, segundo o site Soccer
Association. Logo seria transferido para o Legia Varsóvia, de seu
país de origem.
O Bastia alega ter descoberto
posteriormente ter sido vítima de
"uma manobra por meios condenáveis", na qual a FPF teria contado que Piekarski tivera larga passagem (e não seis meses) pelo
Mogi Mirim.
É pouco provável que o Bastia
ignorasse a história do jogador. O
clube diz que só poderia pagar
uma "indenização por transferência" referente à promoção de Piekarski pelo Mogi Mirim, mas
nunca no valor de US$ 1,8 milhão.
Dá a entender que pode até requerer a devolução de parte do US$
1,2 milhão que pagou.
Embora provavelmente soubesse que a FPF dirigiu a negociação
porque o passe de Piekarski era
seu -legalmente, a propriedade
era do Mogi, porque só clubes podem ter jogadores-, o Bastia ironizou a federação.
"Em nenhum momento o Sporting Club de Bastia teve algum
contato com o Mogi Mirim Esporte Clube. Todas as negociações foram diretamente levadas
por representante da FPF, que representava igualmente o Mogi.
Por que essa presença da FPF nessa negociação?"
À época, o diretor-geral do clube era Jean-André Nicolai. O cargo hoje é de Christian Villanova,
que se negou a comentar à Folha
detalhes do confronto. "É um litígio clássico no futebol. Não tenho
nada a confirmar. Há uma instância que vai julgar o caso, é tudo o
que tenho a dizer. Esperamos o
resultado da Fifa."
(JA e MM)
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