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FUTEBOL AMERICANO
Defesas são ponto forte de NY Giants e Baltimore Ravens
"Retranca" é a atração do 1º Super Bowl do milênio
DA REDAÇÃO
New York Giants e Baltimore
Ravens, que duelam hoje no primeiro Super Bowl do século 21,
vão a campo com a perspectiva de
entrar para a história estabelecendo um novo recorde.
Só que um recorde negativo.
Pelas campanhas que apresentaram na temporada, Giants (Gigantes) e Ravens (Corvos) têm
predicados suficientes para, no
evento que historicamente tem a
maior audiência anual da TV norte-americana, desagradar a todos
os espectadores, registrando o
menor número de pontos em
uma decisão da NFL, liga profissional de futebol americano.
A defesa é o carro-chefe de ambos os times e, por isso, não seria
exagero qualificar o jogo de hoje
como "o Super Bowl da retranca".
Até hoje, o Super Bowl com o
menor número de pontos (21) foi
em 1973: Miami Dolphins 14 x 7
Washington Redskins. Um ano
antes, o mesmo Miami registrou a
menor marca de um único time
no Super Bowl: fez só 3 pontos.
Neste ano, o time de Baltimore,
campeão da Conferência Americana e estreante em Super Bowls
(a cidade já foi campeã uma vez,
com outra franquia, os Colts, em
1971), é o menos vazado do campeonato. Além disso, é o que menos permite ao rival o "running
game" (ataques pelo chão, em jogadas sem lançamentos), o preferido do oponente de hoje. Também teve eleito o melhor defensor
do campeonato -Ray Lewis.
O time nova-iorquino, invicto
em Super Bowls (venceu em suas
duas aparições), é o quinto no
ranking dos que menos sofrem
pontos e o segundo no ranking
dos mais bem-sucedidos contra o
"running game", logo atrás do
Baltimore. Porém o fato recente
que mais deu crédito ao setor defensivo dos Giants foi a atuação
na final da Conferência Nacional,
quando não permitiu ao temido
ataque do Minnesota Vikings a
marcação de um único ponto.
Questionado se só um touchdown de um dos ataques poderia
ser suficiente para a vitória, o defensor dos Giants Michael Strahan foi incisivo: "Até mesmo um
"field goal" (chute que vale três
pontos) pode valer o título".
Com os dois finalistas tendo como ponto mais forte a anulação
do "running game", as maiores
chances do ataque prometem ficar concentradas na outra possibilidade de avanço: o "passing game" (jogadas com lançamentos).
E essa alternativa provoca um
novo chamariz para a partida: os
dois quarterbacks, responsáveis
pelo "passing game", foram até
hoje desprezados pela NFL.
De grandes promessas, tanto
Kerry Collins (New York) quanto
Trent Dilfer (Baltimore) transformaram-se em estorvos.
O primeiro liderou o Carolina
Panthers à final da Conferência
Nacional em 1996. Depois disso,
sua carreira sucumbiu devido à
dependência do álcool. Deixou o
time acusado de racismo pelos
colegas. Foi marginalizado e só
deu a volta por cima neste ano.
Retomou a boa fase e, na partida
que valia a passagem ao Super
Bowl, lançou cinco touchdows.
O segundo passou seis anos de
sua carreira, até o fim da temporada passada, no Tampa Bay Buccaneers. Teve o mérito de pela
primeira vez fazer o time alcançar
a fase de mata-matas. Mas seus
altos e baixos -muito mais baixos- detonaram a ira da torcida
e da direção do time. Transferiu-se para o Baltimore e teve de contentar-se com a reserva até a metade do campeonato, quando
substituiu o inconstante Tony
Banks. Suas atuações foram só
medianas, mas, amparado na ótima defesa, foi vencendo.
Curiosamente, Dilfer tem a
oportunidade de alcançar a maior
glória dentro do esporte diante da
torcida que o desprezou, a de
Tampa, mesma cidade em que os
Giants, há exatos dez anos, conquistaram seu último Super Bowl.
Esse é o panorama do "Super
Bowl da retranca", para o qual cada torcedor que irá ao Raymond
James Stadium já pagou, com
quase um ano de antecedência, a
apimentada quantia de US$ 325
(cerca de R$ 640). No Brasil, na
decisão do último Brasileiro (Copa João Havelange), o evento esportivo de maior importância no
país, cada entrada custou entre
R$ 10 e R$ 20.
(LUÍS CURRO)
NA TV - ESPN International,
ao vivo, às 21h
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