São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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Clássicos de SP seguem no zero na temporada

São Paulo e Corinthians fazem jogo amarrado, como já fora Santos x Palmeiras

Adriano tem gol anulado por Sálvio Spinola, que não marca ainda um pênalti em Dagoberto e dá contribuição para o empate no Morumbi

EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O segundo clássico do Campeonato Paulista foi parecido com o primeiro. Faltou futebol, sobraram disposição e reclamação. Um 0 a 0 morno.
Assim como Santos x Palmeiras na semana passada, São Paulo x Corinthians, ontem, no Morumbi, decepcionou os torcedores no jogo de maior público do torneio estadual até agora (mais de 40 mil pessoas).
Melhor para os pequenos, que, após quatro rodadas, lideram o Paulista. A Ponte Preta, com 100% de aproveitamento, bateu o São Caetano por 3 a 0, anteontem, e chegou aos 12 pontos. O vice-líder, com nove pontos, é o Guaratinguetá, que passou pelo Rio Preto (1 a 0).
Nenhum dos grandes chegou a essa pontuação. Os melhores são São Paulo e Palmeiras, que têm oito pontos -os palmeirenses tropeçaram no sábado, em Barueri, ante o Mirassol (2 a 2)- e completam a zona de classificação às semifinais.
Já o Corinthians tem sete, e o Santos, que figurava na zona de descenso, só ganhou a primeira ontem, diante do Bragantino.
"É clássico. Claro que o São Paulo tem um elenco que mudou pouco. Mas não adianta cobrar qualidade agora, no início do ano. É com o tempo que vamos conseguir entrosamento e melhorar", disse o volante e lateral corintiano Alessandro, satisfeito com 0 a 0 no Morumbi.
Ele e a maioria dos colegas elogiaram a postura do time, enquanto os rivais elegeram um vilão para o empate: o juiz Sálvio Spinola Fagundes Filho.
O árbitro deixou de marcar um pênalti de Chicão em Dagoberto no segundo tempo. No lance, o árbitro apontou infração do são-paulino -o jogo recomeçou com falta para o Corinthians. Depois, ele anulou gol de Adriano, alegando falta do atacante no zagueiro William. "É uma vergonha, vocês [jornalistas] precisam falar isso", esbravejou o técnico Muricy Ramalho após o jogo.
"O juiz apitou muito bem, e o resultado foi justo", falou o lateral corintiano André Santos.
Reclamações à parte, o jogo foi fraco tecnicamente, assim como previram os técnicos das duas equipes, atribuindo isso ao pouco tempo de preparação.
Os ataques, prioridades dos dois clubes nas contratações para a temporada, novamente engasgaram. Segundo o Datafolha, os corintianos tiveram dez finalizações ao longo do clássico, e nenhuma delas acertou o gol de Rogério. Já os são-paulinos chutaram 11 vezes -só dois deles chegaram a Felipe, que teve pouco trabalho.
Resultado da pouca inspiração ofensiva, o principal reforço corintiano, o atacante Acosta, foi substituído na segunda etapa, após ter recebido 14 bolas, perdido quatro delas e não ter chutado ao gol de Rogério.
A estrela ofensiva do São Paulo, Adriano, além de protagonizar o lance mais polêmico do jogo, não fez muito mais do que o colega uruguaio. Foram só dois arremates, nove bolas perdidas e nove passes errados.
"Saímos do Morumbi com a sensação de dever cumprido, apesar de que poderíamos ter obtido a vitória", falou Felipe.
"Se eles estão falando isso [que foram melhores], viram um outro jogo", rebateu o lateral-esquerdo Richarlyson.
Uma coisa é certa: devido à diferença de divisão em que estão no Nacional, São Paulo e Corinthians só voltarão a duelar neste ano caso avancem à fase decisiva do Paulista.


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