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Irado, São Paulo pede veto a Sálvio
Marco Aurélio Cunha, com aval do presidente Juvenal Juvêncio, rejeita juiz da partida para futuros clássicos do clube
"É preciso coragem para reclamar, e é o que estamos fazendo", declara dirigente; árbitro afirma que lance foi questão de interpretação
DA REPORTAGEM LOCAL
A revolta são-paulina contra
a arbitragem do clássico começou por Adriano, passou pela
diretoria tricolor e se espalhou
em todas as declarações dadas
por seus atletas. O gol anulado
do centroavante e o pênalti do
zagueiro Chicão no atacante
Dagoberto foram constantemente martelados nas críticas.
"Aquilo não era gol para ser
anulado. Eu me antecipei ao zagueiro. Não dá para aceitar isso", afirmou Adriano, que vê o
São Paulo "no caminho certo."
Sálvio Spinola se defendeu.
"É a interpretação dele. A minha é tiro livre indireto", afirmou o juiz, que virou foco de intervenção do superintendente
de futebol do clube do Morumbi, Marco Aurélio Cunha.
Ele pediu publicamente à Federação Paulista de Futebol
que evite escalar Sálvio em jogos importantes do São Paulo.
Segundo Marco Aurélio, o
presidente Juvenal Juvêncio o
autorizou a comentar a arbitragem. "Ele truncou demais a
partida, não deixou fluir. Era
previsível, uma vez que, nas últimas arbitragens, ele tem sido
prejudicial ao São Paulo. Por isso, esperamos que o coronel
[Marcos] Marinho [chefe da arbitragem em SP] e o presidente
da FPF, Marco Polo Del Nero,
evitem a escalação dele em
clássicos do São Paulo."
Ao fim da entrevista, falou ao
telefone com Marcos Marinho
e recebeu a promessa de que a
arbitragem seria analisada.
Jogadores e comissão técnica
salientaram que a bandeirinha
Maria Eliza Barbosa validou o
gol. O superintendente do futebol tricolor ainda questionou a
presença constante do árbitro
nas escalações em jogos capitais do São Paulo. Disse que não
fazia críticas à "figura humana"
do juiz, mas pôs em questão o
critério que o seleciona.
"Não sei qual é o apadrinhamento, o porquê da freqüência
dele para clássicos. Sempre saímos prejudicados. É preciso
análise técnica e de competência. Se o atleta xingar, é suspenso. Qual é o critério do árbitro?
É preciso coragem para reclamar disso. É o que estamos fazendo", disse Marco Aurélio.
Pelo lado corintiano, Sálvio
também foi vítima de algumas
reclamações, principalmente
por não ter expulsado Richarlyson em lance que o volante chegou chutando Dentinho com
força, embora visasse a bola.
"O árbitro usou dois critérios
nos cartões. O lance do Joílson
[que pôs a mão na bola e não levou cartão] poderia ter sido tão
decisivo como o do Adriano",
afirmou Mano, que diz não ter
visto o lance do gol anulado.
"O Mano é muito gente boa,
mas aqui tivemos um gol e um
pênalti anulados. Não dá para
comparar", afirmou o técnico
do São Paulo, que na quarta enfrenta o Rio Claro.
(EDUARDO ARRUDA E MÁRVIO DOS ANJOS)
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