São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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Irado, São Paulo pede veto a Sálvio

Marco Aurélio Cunha, com aval do presidente Juvenal Juvêncio, rejeita juiz da partida para futuros clássicos do clube

"É preciso coragem para reclamar, e é o que estamos fazendo", declara dirigente; árbitro afirma que lance foi questão de interpretação

DA REPORTAGEM LOCAL

A revolta são-paulina contra a arbitragem do clássico começou por Adriano, passou pela diretoria tricolor e se espalhou em todas as declarações dadas por seus atletas. O gol anulado do centroavante e o pênalti do zagueiro Chicão no atacante Dagoberto foram constantemente martelados nas críticas.
"Aquilo não era gol para ser anulado. Eu me antecipei ao zagueiro. Não dá para aceitar isso", afirmou Adriano, que vê o São Paulo "no caminho certo."
Sálvio Spinola se defendeu. "É a interpretação dele. A minha é tiro livre indireto", afirmou o juiz, que virou foco de intervenção do superintendente de futebol do clube do Morumbi, Marco Aurélio Cunha.
Ele pediu publicamente à Federação Paulista de Futebol que evite escalar Sálvio em jogos importantes do São Paulo.
Segundo Marco Aurélio, o presidente Juvenal Juvêncio o autorizou a comentar a arbitragem. "Ele truncou demais a partida, não deixou fluir. Era previsível, uma vez que, nas últimas arbitragens, ele tem sido prejudicial ao São Paulo. Por isso, esperamos que o coronel [Marcos] Marinho [chefe da arbitragem em SP] e o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, evitem a escalação dele em clássicos do São Paulo."
Ao fim da entrevista, falou ao telefone com Marcos Marinho e recebeu a promessa de que a arbitragem seria analisada.
Jogadores e comissão técnica salientaram que a bandeirinha Maria Eliza Barbosa validou o gol. O superintendente do futebol tricolor ainda questionou a presença constante do árbitro nas escalações em jogos capitais do São Paulo. Disse que não fazia críticas à "figura humana" do juiz, mas pôs em questão o critério que o seleciona.
"Não sei qual é o apadrinhamento, o porquê da freqüência dele para clássicos. Sempre saímos prejudicados. É preciso análise técnica e de competência. Se o atleta xingar, é suspenso. Qual é o critério do árbitro? É preciso coragem para reclamar disso. É o que estamos fazendo", disse Marco Aurélio.
Pelo lado corintiano, Sálvio também foi vítima de algumas reclamações, principalmente por não ter expulsado Richarlyson em lance que o volante chegou chutando Dentinho com força, embora visasse a bola.
"O árbitro usou dois critérios nos cartões. O lance do Joílson [que pôs a mão na bola e não levou cartão] poderia ter sido tão decisivo como o do Adriano", afirmou Mano, que diz não ter visto o lance do gol anulado.
"O Mano é muito gente boa, mas aqui tivemos um gol e um pênalti anulados. Não dá para comparar", afirmou o técnico do São Paulo, que na quarta enfrenta o Rio Claro. (EDUARDO ARRUDA E MÁRVIO DOS ANJOS)


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