CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob polêmica, a Federação Paulista de Futebol confirmou ontem que a partida entre Oeste e Santos, no próximo sábado, será realizada no Pacaembu.
Na tabela oficial do Estadual, o jogo estava agendado para o estádio Ideonor Picardi Semeghini, o Picardão, em Itápolis. A mudança ocorreu a pedido da diretoria do Oeste, que alegou preocupação com a segurança para trocar o local da partida.
Segundo o presidente do clube, Ernesto Garcia, o Picardão está em obras em setor que comporta cerca de 2.000 torcedores. Como a vistoria da Polícia Militar no local só ocorrerá na próxima terça, optou-se por não utilizá-lo para a partida.
Entretanto, como mandante, o clube do interior poderá tirar proveito do tradicional bom público dos jogos do Santos na capital paulista para lucrar com a renda da partida.
No último duelo do Oeste em Itápolis, apenas 1.645 torcedores assistiram ao empate contra o Mirassol (0 a 0). Já o Santos, em pleno domingo de Carnaval, agregou 18.878 pagantes na vitória sobre o Botafogo (1 a 0), no Pacaembu. Foi o melhor público do time em jogos como mandante no Paulista-2009.
Para a equipe santista, a mudança veio em boa hora. O time, que faz campanha irregular no Paulista, vem apresentando desempenho pífio como visitante -somou só 26,7% dos pontos disputados fora no Estadual.
Além disso, o time litorâneo só voltará a jogar no interior na última rodada da primeira fase do Estadual, no dia 5 de abril, contra a Ponte Preta, em Campinas. Antes, a equipe atuará em cinco jogos na Vila Belmiro, dois na capital e um em Barueri, na Grande São Paulo.
O técnico do Santos, Vagner Mancini, não escondeu sua satisfação com a mudança. "Vai ser muito bom, porque não teremos o desgaste com viagens para o interior. Será a hora da arrancada", declarou.
A alteração, porém, irritou o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, que disse que a decisão permite uma inversão de mando de jogo, o que é proibido pelo regulamento do torneio.
"Se o jogo foi marcado para Itápolis, tem de jogar lá. Se vocês observarem a tabela, verão que o time não perdeu nenhum jogo em casa. É duríssimo jogar lá. Eles [a FPF] falam uma coisa e depois fazem outra", afirmou.
A FPF, por meio de sua assessoria, negou que houve desrespeito à tabela. Disse ainda que considerou "pertinente" a alteração do local do jogo, já que o pedido foi feito dentro do prazo estipulado (oito dias) e o Pacaembu preenche todos os requisitos de segurança e policiamento exigidos pela entidade.
Em 2008, polêmica semelhante ocorreu entre São Caetano e Corinthians, que se enfrentaram nas quartas-de-final da Copa do Brasil.
Como mandante, o time do ABC queria jogar no Morumbi. Mas a CBF alegou inversão de mando, vetou a mudança e o jogo ocorreu em Ribeirão Preto.


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