São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Austrália descobre herói após 105 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Austrália descobriu ontem, 105 anos depois, que o nadador Francis Gailey (morto em 1972) é o maior medalhista individual do país, entre os homens, numa única edição dos Jogos Olímpicos -o recorde absoluto é de Shane Gould, também nadadora e dona de cinco pódios em Munique-72.
Em Saint-Louis-1904, então com 22 anos, Gailey conquistou a medalha de prata em três provas de nado livre (220 jardas, 440 jardas e 880 jardas), além de um bronze na prova da milha. As distâncias correspondem, aproximadamente, a 200 m, 400 m e 1.500 m, que até hoje constam da programação de eventos dos Jogos Olímpicos.
Nos registros oficiais daquela Olimpíada, o atleta sempre apareceu como americano. Um exaustivo trabalho comandado por Harry Gordon, historiador do Comitê Olímpico Australiano, entretanto, descobriu que houve um erro da organização que acabou se perpetuando por mais de um século.
"Gailey é australiano, nasceu em Brisbane, foi para os Estados Unidos exclusivamente para disputar os Jogos Olímpicos e regressou ao país logo depois da competição", disse Gordon.
A confusão é creditada ao sistema de disputa daquela competição, realizada simultaneamente a uma exposição internacional. Há relatos de que vários competidores vestiram uniformes de clubes americanos durante suas provas, mesmo defendendo outros países.
Documentos oficiais norte-americanos consultados pelo historiador confirmam que o atleta só obteve cidadania americana, país para onde imigrou um ano após a Olimpíada de Saint-Louis, nos anos 20.
Com esses dados em mãos, o comitê australiano fará um pedido formal ao Comitê Olímpico Internacional para revisar os dados daquela disputa.
Se os pódios de Gailey forem reconhecidos pelo COI (que ainda não se manifestou sobre o assunto), a Austrália aumentará sua coleção de medalhas olímpicas para 449 (135 ouros, 144 pratas e 170 bronzes).
As façanhas do atleta, que já era reconhecido entre os australianos por ter introduzido no país o nado crawl (ou livre), exigiu ainda um revisionismo interno. Até a descoberta, acreditava-se que Corrie Gardner, atleta de corrida com obstáculos, tinha sido o único representante da Austrália naquela edição dos Jogos Olímpicos.


Com agências internacionais

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