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Austrália descobre herói após 105 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Austrália descobriu ontem,
105 anos depois, que o nadador
Francis Gailey (morto em
1972) é o maior medalhista individual do país, entre os homens, numa única edição dos
Jogos Olímpicos -o recorde
absoluto é de Shane Gould,
também nadadora e dona de
cinco pódios em Munique-72.
Em Saint-Louis-1904, então
com 22 anos, Gailey conquistou a medalha de prata em três
provas de nado livre (220 jardas, 440 jardas e 880 jardas),
além de um bronze na prova da
milha. As distâncias correspondem, aproximadamente, a 200
m, 400 m e 1.500 m, que até hoje constam da programação de
eventos dos Jogos Olímpicos.
Nos registros oficiais daquela
Olimpíada, o atleta sempre
apareceu como americano. Um
exaustivo trabalho comandado
por Harry Gordon, historiador
do Comitê Olímpico Australiano, entretanto, descobriu que
houve um erro da organização
que acabou se perpetuando por
mais de um século.
"Gailey é australiano, nasceu
em Brisbane, foi para os Estados Unidos exclusivamente para disputar os Jogos Olímpicos
e regressou ao país logo depois
da competição", disse Gordon.
A confusão é creditada ao sistema de disputa daquela competição, realizada simultaneamente a uma exposição internacional. Há relatos de que vários competidores vestiram
uniformes de clubes americanos durante suas provas, mesmo defendendo outros países.
Documentos oficiais norte-americanos consultados pelo
historiador confirmam que o
atleta só obteve cidadania americana, país para onde imigrou
um ano após a Olimpíada de
Saint-Louis, nos anos 20.
Com esses dados em mãos, o
comitê australiano fará um pedido formal ao Comitê Olímpico Internacional para revisar os
dados daquela disputa.
Se os pódios de Gailey forem
reconhecidos pelo COI (que
ainda não se manifestou sobre
o assunto), a Austrália aumentará sua coleção de medalhas
olímpicas para 449 (135 ouros,
144 pratas e 170 bronzes).
As façanhas do atleta, que já
era reconhecido entre os australianos por ter introduzido
no país o nado crawl (ou livre),
exigiu ainda um revisionismo
interno. Até a descoberta, acreditava-se que Corrie Gardner,
atleta de corrida com obstáculos, tinha sido o único representante da Austrália naquela
edição dos Jogos Olímpicos.
Com agências internacionais
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