São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Futebol de craques encurta abismo financeiro de rivais

Mesmo com elenco mais caro, Corinthians se rende às atuações de nova geração de meninos da Vila no Santos

Vencimentos mensais de Roberto Carlos e Ronaldo, que devem jogar o clássico hoje, cobrem quase toda a folha salarial dos santistas

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Santos e Corinthians, que se enfrentam na Vila Belmiro, às 17h, são exemplos bem acabados de duas maneiras clássicas de montar times competitivos: com contratações caras e salários altos, caso do time do Parque São Jorge, ou com apostas na revelação de jogadores, como fez o clube santista.
Enquanto o alvinegro da capital paulista investiu o que tinha e o que não tinha na aquisição de jogadores consagrados, numa folha salarial que ultrapassa os R$ 7 milhões (entre salários e direitos de imagem), para tentar alcançar no ano de seu centenário todos os títulos que pudesse -com ênfase, claro, na Libertadores-, o Santos líder do Paulista é fruto do amadurecimento da terceira geração de "Meninos da Vila", capitaneada por Paulo Henrique Ganso e Neymar.
A solução corintiana para montar o time do centenário foi apostar que as receitas obtidas com patrocínio, cota de TV e bilheteria serão suficientes para sustentar o sonho de um centenário inesquecível.
Na previsão orçamentária para 2010, a diretoria apontou números estratosféricos. Espera uma receita de R$ 156 milhões, sendo que pelo menos R$ 98 milhões devem ser destinados para pagamentos de salários e encargos.
O valor, se de fato for todo utilizado, representa um aumento de 366% com esse tipo de gasto em relação ao ano passado, quando o clube já contava com Ronaldo -em 2009, o Corinthians desembolsou R$ 21 milhões com salários e encargos, conforme aponta balanço.
E, tudo isso, a despeito de uma dívida acumulada de quase R$ 100 milhões.
Ronaldo e Roberto Carlos, com seus ganhos mensais na casa do milhão simbolizam, o Corinthians do elenco recheado de experientes e consagrados. Juntos, os astros mundiais ganham quase o equivalente a todo o elenco santista.
Já a folha salarial no time da Vila Belmiro está em cerca de R$ 2,5 milhões, fora o salário de Robinho, bancado na maior parte por empresários.
Entretanto, mesmo com essa diferença financeira gigantesca entre os dois adversários de hoje, é o Santos quem vem encantando, com goleadas e grandes jogadas de seus jovens ídolos.
No Corinthians, os elogios ao futebol do rival são enormes. Assim como o tamanho da preocupação em fazê-los parar.
"O Santos é forte coletivamente. Já vinha sendo forte antes do Robinho. Teremos que marcar muito porque a equipe deles é entrosada, está muito confiante", afirma o técnico Mano Menezes.
Entre os atletas corintianos, a percepção é que os meninos santistas têm potencial para serem os adversários mais duros no Estadual.
"Se a gente não jogar futebol contra o Santos, a gente não ganha. Quem tentou intimidar o time do Santos, perdeu. A gente tem que tentar aproveitar os nossos melhores momentos no jogo", analisa Elias.
"Acho que é complicado jogar com a gurizada desde que tenham qualidade. E é o caso do Santos. Vai ser um grande confronto nesse sentido", declara Tcheco. "Certamente não é a definição do campeonato, mas é um jogo que pode dizer muita coisa", completa.
Dorival Júnior, técnico emergente e que, assim como seus comandados, ainda busca afirmação definitiva, resume o sucesso -ao menos momentâneo- de seu time.
"O trabalho de base que acontece aqui no Santos tem sido muito bem desenvolvido. E o ideal é esse, conciliar a base com a chegada de outros jogadores, para dar um bom suporte ao time titular."


NA TV - Santos x Corinthians
Globo e Band, ao vivo, às 17h




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