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Trauma de 2009 reduz público do Palmeiras
Diretoria do clube reconhece "certa apatia do público" no início do Paulista
Média de 18 mil pagantes por jogo que o time tinha no Nacional cai pela metade, e clube "perde" 34 mil fãs em relação ao começo de 2009
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Junte um trauma recente
com atuações sofríveis e você
entenderá por que o Palmeiras
vê seu público em 2010 cair pela metade em relação a 2009.
Hoje, por exemplo, é provável que mais gente vá ao estádio
Augusto Schimidt acompanhar
o time contra o Rio Claro, às
19h30, do que foi na vitória sobre o Flamengo-PI, na quinta-
-feira, no Parque Antarctica.
"Na medida em que o ano começa, há uma certa apatia do
público. Mas é claro que o reflexo do que aconteceu no Brasileiro tem influência nisso",
afirma o diretor financeiro do
Palmeiras, Francisco Busico.
O dirigente se refere ao fiasco
no último Nacional, quando a
equipe liderou a competição
durante 19 rodadas -o que
atraiu bom público na maioria
de seus duelos como mandante-, mas frustrou a torcida na
reta final, quando nem uma vaga na Libertadores conseguiu.
Ressabiados e decepcionados, os fãs ainda não recobraram a confiança para voltar a
encher o estádio quando o Palmeiras é o dono da partida.
Contra o oponente piauiense, somente 6.859 pessoas pagaram ingresso para ver o time
golear o adversário por 4 a 0 e
se classificar para a segunda fase da Copa do Brasil.
"Foi uma renda medíocre em
se tratando de um torneio como a Copa do Brasil", admite
Busico, sobre os quase R$ 140
mil arrecadados na bilheteria.
"Mas o horário também não
ajuda. Pegar chuva para ver o
jogo contra o Flamengo do
Piauí, com todo o respeito ao rival, às 21h30, fica ruim para
qualquer um", diz o diretor.
O pouco apelo da partida, a
garoa que caiu durante boa parte do jogo e o horário ingrato,
porém, não explicam tudo.
Foi o próprio Palmeiras
quem contribuiu, e muito, para
que o drama vivido pelo seu
torcedor no ano passado não
acabasse ignorado em 2010.
Se na estreia do time em casa
nesta temporada a goleada por
5 a 1 contra o Mogi Mirim deu a
impressão de que o Parque Antarctica seria palco de duelos
capazes de encher os olhos da
massa alviverde, essa imagem
ruiu nos três jogos seguintes.
Primeiro, vieram empates
frustrantes contra Ituano (3 a
3) e Portuguesa (1 a 1). A catástrofe, porém, aconteceu diante
do São Caetano, quando, por
"sorte" do time, apenas 3.324
pagantes presenciaram os 4 a 1
impostos pelo clube do ABC.
Nas seis partidas em que
atuou como mandante em
2010, o Palmeiras atraiu 56.515
pagantes, média de pouco mais
de 9.400 pessoas por exibição.
O número é praticamente a
metade do que o clube teve durante o Brasileiro (18.421 pessoas por apresentação).
A comparação com 2009
contrapõe a tese do diretor financeiro palmeirense de que
no início da temporada o torcedor se empolga menos em
acompanhar jogos no estádio.
Nos seis jogos que abriram a
temporada passada do clube
como mandante, mais de 90
mil pessoas pagaram para ver o
time que começou de forma
avassaladora o Estadual, com
sete vitórias consecutivas. Ou
seja, cerca de 34 mil pagantes a
mais do que em 2010.
Claro que, fora as boas atuações, a Libertadores tem outro
peso. Contra o Real Potosí, o
Palmeiras contou com 23.694
espectadores, apesar de o jogo
ser válido pela fase anterior à
etapa de grupos. Agora, um
duelo decisivo de Copa do Brasil só foi capaz de atrair 6.859.
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