São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Trauma de 2009 reduz público do Palmeiras

Diretoria do clube reconhece "certa apatia do público" no início do Paulista

Média de 18 mil pagantes por jogo que o time tinha no Nacional cai pela metade, e clube "perde" 34 mil fãs em relação ao começo de 2009

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Junte um trauma recente com atuações sofríveis e você entenderá por que o Palmeiras vê seu público em 2010 cair pela metade em relação a 2009.
Hoje, por exemplo, é provável que mais gente vá ao estádio Augusto Schimidt acompanhar o time contra o Rio Claro, às 19h30, do que foi na vitória sobre o Flamengo-PI, na quinta- -feira, no Parque Antarctica.
"Na medida em que o ano começa, há uma certa apatia do público. Mas é claro que o reflexo do que aconteceu no Brasileiro tem influência nisso", afirma o diretor financeiro do Palmeiras, Francisco Busico.
O dirigente se refere ao fiasco no último Nacional, quando a equipe liderou a competição durante 19 rodadas -o que atraiu bom público na maioria de seus duelos como mandante-, mas frustrou a torcida na reta final, quando nem uma vaga na Libertadores conseguiu.
Ressabiados e decepcionados, os fãs ainda não recobraram a confiança para voltar a encher o estádio quando o Palmeiras é o dono da partida.
Contra o oponente piauiense, somente 6.859 pessoas pagaram ingresso para ver o time golear o adversário por 4 a 0 e se classificar para a segunda fase da Copa do Brasil.
"Foi uma renda medíocre em se tratando de um torneio como a Copa do Brasil", admite Busico, sobre os quase R$ 140 mil arrecadados na bilheteria. "Mas o horário também não ajuda. Pegar chuva para ver o jogo contra o Flamengo do Piauí, com todo o respeito ao rival, às 21h30, fica ruim para qualquer um", diz o diretor.
O pouco apelo da partida, a garoa que caiu durante boa parte do jogo e o horário ingrato, porém, não explicam tudo.
Foi o próprio Palmeiras quem contribuiu, e muito, para que o drama vivido pelo seu torcedor no ano passado não acabasse ignorado em 2010.
Se na estreia do time em casa nesta temporada a goleada por 5 a 1 contra o Mogi Mirim deu a impressão de que o Parque Antarctica seria palco de duelos capazes de encher os olhos da massa alviverde, essa imagem ruiu nos três jogos seguintes.
Primeiro, vieram empates frustrantes contra Ituano (3 a 3) e Portuguesa (1 a 1). A catástrofe, porém, aconteceu diante do São Caetano, quando, por "sorte" do time, apenas 3.324 pagantes presenciaram os 4 a 1 impostos pelo clube do ABC.
Nas seis partidas em que atuou como mandante em 2010, o Palmeiras atraiu 56.515 pagantes, média de pouco mais de 9.400 pessoas por exibição. O número é praticamente a metade do que o clube teve durante o Brasileiro (18.421 pessoas por apresentação).
A comparação com 2009 contrapõe a tese do diretor financeiro palmeirense de que no início da temporada o torcedor se empolga menos em acompanhar jogos no estádio.
Nos seis jogos que abriram a temporada passada do clube como mandante, mais de 90 mil pessoas pagaram para ver o time que começou de forma avassaladora o Estadual, com sete vitórias consecutivas. Ou seja, cerca de 34 mil pagantes a mais do que em 2010.
Claro que, fora as boas atuações, a Libertadores tem outro peso. Contra o Real Potosí, o Palmeiras contou com 23.694 espectadores, apesar de o jogo ser válido pela fase anterior à etapa de grupos. Agora, um duelo decisivo de Copa do Brasil só foi capaz de atrair 6.859.


Texto Anterior: Projeto prevê ajuda de custo e até viagens
Próximo Texto: Técnico crê em sequência caseira para deslanchar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.