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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Protagonistas no pentacampeonato do Brasil, Ronaldo e Rivaldo vivem hoje situações distintas

Amistoso expõe abismo entre heróis da Copa-02

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO PORTO

Os dois principais heróis da conquista do pentacampeonato vivem momentos distintos.
Ronaldo, 26, parou de se machucar, aumentou o número de gols marcados e está "de bem com a vida". Já Rivaldo, 30, sofre com a forma física, mostra abatimento com problemas pessoais e viu seus números em campo despencarem após o Mundial.
A dupla mais goleadora da história da seleção em Copas, que amanhã enfrenta Portugal em amistoso, começou a trilhar rotas opostas justamente após um início em comum. Os dois trocaram de clube depois do penta, mas as semelhanças acabaram por aí.
No Real Madrid, Ronaldo jogou mais de 85% das partidas na temporada, elevou em 10% a já boa média de gols de 2001/02 (na Inter de Milão) e, com exceção de pequenos problemas musculares, nem passa pelo departamento médico. Também está mais "letal" do que nunca -no Espanhol, 38% de suas finalizações se transformam em gols. Em média, marca uma vez a cada 121 minutos.
"Ele está de bem com a vida, cada vez melhor no Real Madrid, se afirmando como o grande artilheiro que é. Tem todos os motivos para estar se sentindo bem", diz Carlos Alberto Parreira, entusiasmado com a fase do goleador da última Copa do Mundo.
Já Rivaldo sofre no Milan. A média de gols despencou quase pela metade em relação à temporada passada, quando defendia o Barcelona. Só 12% de suas conclusões acabam na rede. Faz pelo Italiano, na média, um gol a cada 228 minutos. Sem o mesmo vigor, é reserva da equipe com frequência.
"Se eu falar que estou no mesmo nível da Copa estarei mentindo. Estou passando por uma situação difícil, mas só dentro do campo sairei dela", afirma Rivaldo, que só se apresentou ontem, dois dias após a maioria do grupo.
Abatido, o meia-atacante, que estaria se separando da mulher, reconhece a influência dessa situação no desempenho. "Uma coisa traz a outra, mas vou sair dessa situação e voltar a ser o mesmo Rivaldo dentro e fora de campo", promete o jogador, que também aponta a reserva no Milan como causa da abrupta queda.
Apesar da má fase, ele, por ora, descarta deixar a seleção."Só penso no momento. O futuro pertence a Deus. Mas, se um dia não puder mais defender a seleção, serei o primeiro a falar isso", diz o jogador, que enxerga a forte concorrência dos mais jovens.
Para Parreira, a situação de Rivaldo é um mistério "Para mim ele não falou nada sobre problemas pessoais. Vamos aguardar. Cabe a nós dar apoio, mas não posso fazer isso se o jogador não me der liberdade", diz o técnico, que em sua segunda passagem pela seleção (91-94) convocou-o pela primeira vez para o time.
Já Ronaldo, que também estaria com problemas conjugais, é só alegria em Portugal, onde é, disparado, o mais assediado do país. De Madri, trouxe dois amigos/assessores que ficam no hotel da seleção e ajudam a deixar o ambiente ainda mais favorável a ele.
Assim, com gols e sempre pronto a atender qualquer convocação, parece ser o veterano do penta mais próximo da Copa-2006.


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