|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
São Caetano tenta confirmar poder de bastidor
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Caetano começa hoje a
disputar sua quinta semifinal desde que surgiu para o mundo do
futebol em 2000, na Copa João
Havelange. Ao contrário dos outros anos, em que se admitia um
time pequeno, hoje, contra o Santos, o clube do ABC busca consolidar uma posição entre os poderosos do futebol paulista.
Para tanto, nada melhor que o
primeiro título do clube e a eliminação do que é considerado no
ABC o principal empecilho para a
conquista: o time do Santos, considerado pelo técnico Muricy Ramalho a "melhor equipe do país".
Embora o São Caetano já esteja
em evidência desde 2000, foi no
último ano que aconteceu a transição de elenco modesto para clube estelar. Conhecido por formar
equipes que se baseiam no "bom e
barato", neste ano o São Caetano
mostrou força ao bater poderosos
rivais como Corinthians e São
Paulo na disputa por atletas e ao
quadruplicar sua folha de pagamento em quatro anos, mesmo
em tempos de crise.
Na JH, o time pagava cerca de
R$ 230 mil para manter seu elenco. Hoje, segundo apurou a Folha, a equipe custa ao clube por
volta de R$ 900 mil por mês, cifra
equiparável à dos grandes. A folha
de pagamento do Corinthians é
de cerca de R$ 1,1 milhão.
"Hoje o São Caetano negocia
como os grandes", diz o atacante
Warley, que no ano passado, ao
voltar da Itália, preferiu o time do
ABC ao São Paulo por motivos financeiros. Embora fosse desejado
pelo presidente são-paulino, o
atacante teve a proposta de R$ 25
mil mensais do Morumbi duplicada pelo São Caetano. "Aqui se
paga no mesmo nível das grandes
equipes do Brasil", diz Warley.
E há vários outros exemplos da
mudança de postura. No fim de
2003, o Corinthians chegou a oferecer R$ 80 mil a Gilberto, então
lateral-esquerdo do Grêmio, mas
ele preferiu ir para São Caetano.
O mesmo aconteceu com Anderson Lima e Fabrício Carvalho,
que, mesmo cogitados em outros
endereços paulistas mais famosos, acabaram no ABC. O time
ainda lutou por Ramon (Fluminense), Luizão (Botafogo) e Marcelinho (Vasco) e montou até um
"banco de luxo", com nomes como Euller e Lúcio Flávio.
"Acho que para ser grande você
não precisa de um estádio grande,
de uma torcida grande", diz Anderson Lima. "Essas coisas são
importantes, mas, em certos clubes grandes, os dirigentes não são
profissionais. O São Caetano faz
investimento e tem organização."
E não poderia ser diferente, já
que 2004 é ano de eleições municipais. O time, que conta com o
apoio da Prefeitura de São Caetano do Sul, é uma das bandeiras
eleitorais da administração de
Luiz Tortorello (PTB), também é
presidente de honra do clube.
Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano, é secretário
de planejamento do município e
um dos possíveis candidatos à sucessão de Tortorello. Para a diretoria do time, o primeiro título do
clube está amadurecendo.
Texto Anterior: Só rival do ABC conseguiu um empate na Vila Próximo Texto: O ver na TV Índice
|