São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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Ex-guru indica colega que fracassou

DA REPORTAGEM LOCAL

Guru da equipe brasileira em Sydney, Roberto Shinyashiki não deve ir a Atenas. ""Não fui procurado pelo COB", diz ele. Mas, se for, tem resposta pronta na língua. ""Diria para levarem a Suzy Fleury. Ela é ótima e tem muito conhecimento de vestiário."
O Comitê Olímpico Brasileiro, porém, ainda não definiu se levará ""um novo Shinyashiki" aos Jogos. Em Sydney, o psiquiatra e consultor organizacional foi contratado pelo COB para maximizar o desempenho dos atletas. Voltou ao Brasil sob críticas, já que o país não conquistou um ouro sequer.
Suzy Fleury, psicóloga que Shinyashiki gostaria de ver na Grécia, também esteve na Austrália. E também não obteve sucesso. Acompanhou a seleção brasileira masculina de futebol, eliminada na morte súbita por Camarões, que tinha dois jogadores a menos.
Apesar de não ter visto a cor do ouro, o psiquiatra defende o trabalho realizado. ""A psicologia no esporte é muito importante, só que, depois dos Jogos, falaram muita coisa que não era verdade."
Ele cita como exemplo a decisão de duplas femininas de vôlei de praia, em que as brasileiras Adriana Behar e Shelda perderam o ouro para as australianas. ""Nem conversei com elas. O que acontece é que as adversárias observaram bem o jogo das duas e bloquearam as principais jogadas."
Segundo atletas da seleção, Fleury chegou a chorar após o fiasco diante de Camarões. O psiquiatra diz que ela aprendeu com a derrota. ""Não sei se ela chorou, mas perder faz parte do esporte. Você tem que saber administrar derrotas e vitórias. [Mike] Tyson e [Diego] Maradona, por exemplo, são exemplos de atletas que não souberam administrar derrotas, não sabem levar porrada."
Para Atenas, o COB firmou convênio com uma associação de psicologia para dar suporte aos atletas. Não ficou acertado, porém, se ela mandará representantes à Grécia ou se o trabalho só será feito no Brasil. Competidores como o velocista Claudinei Quirino, prata no revezamento 4 x 100 m em 2000, e Emanuel e Ricardo, do vôlei de praia, disseram ao COB que gostariam de contar com psicólogos em Atenas. As confederações de judô e handebol manifestaram a mesma intenção. (JCA)


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