São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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FUTEBOL

Após criar polêmica em Palmeiras x Corinthians, presidente da entidade mantém aparelho em São Paulo x Santos

FPF hesita, mas usará microfone outra vez

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O aparelho de comunicação entre os juízes, que estreou causando polêmica no clássico Palmeiras x Corinthians, anteontem, no Morumbi, chegou a ser vetado ontem pela manhã, mas no final da tarde voltou a ser confirmado para o duelo São Paulo e Santos.
O impasse sobre a manutenção ou não da tecnologia, adotada em caráter experimental pela federação paulista com o objetivo de diminuir os erros dos juízes, surgiu após confusão no uso do equipamento no último domingo.
O aparato é composto por um fone no ouvido e microfone que fica na gola do uniforme do trio de arbitragem e juiz reserva.
Marcos Marinho, presidente da Comissão da Arbitragem da FPF, que havia prometido seguir usando o aparelho no clássico do próximo domingo, também no Morumbi, voltou atrás ontem ao afirmar ao programa "Debate Bola" da Rede Record que o vetaria.
Mas, após conversar com Marco Polo Del Nero, presidente da entidade que regula o futebol no Estado, o responsável pela arbitragem adotou novo discurso.
"Por mim não teria mais [o uso do aparelho], mas como o presidente quer que continue, eu acato a opinião dele", disse Marinho.
Procurado pela Folha, Del Nero negou que a decisão de levar o equipamento ao clássico que pode decidir o campeão paulista tenha sido só dele. "Foi minha e do Marinho", minimizou o cartola.
O fato que gerou o impasse aconteceu anteontem, aos 30min do primeiro tempo no Morumbi, quando Tevez ganhou na corrida do zagueiro palmeirense Leonardo Silva, passou por ele e marcou um golaço que daria a vitória ao Corinthians. O jogo ficou no 1 a 1.
Na ocasião, o juiz Cleber Wellington Abade e a assistente Ana Paula Oliveira correram para o meio-campo, ação que indicava que estavam validando o tento.
Após queixas dos palmeirenses, que pediram falta de Tevez sobre Leonardo Silva, Ana Paula chamou Abade e falou a ele que o argentino cometera mesmo a infração. O gol então foi anulado.
Na versão oficial do trio de arbitragem, Silveira viu Tevez deslocar Leonardo Silva e avisou a todos do fato pelo rádio. Entretanto, só Ana Paula e o juiz reserva Eduardo Dul o ouviram após o gol. Abade alegou que devido ao barulho da torcida e por estar correndo não foi possível escutar.
O curioso é que nem Ana Paula nem Silveira levantaram a bandeira em momento algum para apontar a falta. Esse procedimento, aliás, havia sido ensinado a eles no treinamento pela comissão.
"A orientação era para que eles comunicassem primeiro pelo rádio. Achávamos que seria natural, fluiria bem. Mas verificamos que foi uma falha. Vamos mudar isso para frente", admitiu Marinho.
Agora a determinação é para que os assistentes levantem a bandeira antes da falarem ao rádio.
O trio de arbitragem que irá com o ponto eletrônico no clássico de domingo será sorteado na sexta-feira. Disputam as equipes do juízes Paulo César Oliveira e de Rodrigo Martins Cintra.


Colaborou Ricardo Perrone, do Painel FC

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