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FUTEBOL
Após criar polêmica em Palmeiras x Corinthians, presidente da entidade mantém aparelho em São Paulo x Santos
FPF hesita, mas usará microfone outra vez
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O aparelho de comunicação entre os juízes, que estreou causando polêmica no clássico Palmeiras x Corinthians, anteontem, no
Morumbi, chegou a ser vetado
ontem pela manhã, mas no final
da tarde voltou a ser confirmado
para o duelo São Paulo e Santos.
O impasse sobre a manutenção
ou não da tecnologia, adotada em
caráter experimental pela federação paulista com o objetivo de diminuir os erros dos juízes, surgiu
após confusão no uso do equipamento no último domingo.
O aparato é composto por um
fone no ouvido e microfone que
fica na gola do uniforme do trio
de arbitragem e juiz reserva.
Marcos Marinho, presidente da
Comissão da Arbitragem da FPF,
que havia prometido seguir usando o aparelho no clássico do próximo domingo, também no Morumbi, voltou atrás ontem ao afirmar ao programa "Debate Bola"
da Rede Record que o vetaria.
Mas, após conversar com Marco Polo Del Nero, presidente da
entidade que regula o futebol no
Estado, o responsável pela arbitragem adotou novo discurso.
"Por mim não teria mais [o uso
do aparelho], mas como o presidente quer que continue, eu acato
a opinião dele", disse Marinho.
Procurado pela Folha, Del Nero
negou que a decisão de levar o
equipamento ao clássico que pode decidir o campeão paulista tenha sido só dele. "Foi minha e do
Marinho", minimizou o cartola.
O fato que gerou o impasse
aconteceu anteontem, aos 30min
do primeiro tempo no Morumbi,
quando Tevez ganhou na corrida
do zagueiro palmeirense Leonardo Silva, passou por ele e marcou
um golaço que daria a vitória ao
Corinthians. O jogo ficou no 1 a 1.
Na ocasião, o juiz Cleber Wellington Abade e a assistente Ana
Paula Oliveira correram para o
meio-campo, ação que indicava
que estavam validando o tento.
Após queixas dos palmeirenses,
que pediram falta de Tevez sobre
Leonardo Silva, Ana Paula chamou Abade e falou a ele que o argentino cometera mesmo a infração. O gol então foi anulado.
Na versão oficial do trio de arbitragem, Silveira viu Tevez deslocar Leonardo Silva e avisou a todos do fato pelo rádio. Entretanto,
só Ana Paula e o juiz reserva
Eduardo Dul o ouviram após o
gol. Abade alegou que devido ao
barulho da torcida e por estar correndo não foi possível escutar.
O curioso é que nem Ana Paula
nem Silveira levantaram a bandeira em momento algum para
apontar a falta. Esse procedimento, aliás, havia sido ensinado a eles
no treinamento pela comissão.
"A orientação era para que eles
comunicassem primeiro pelo rádio. Achávamos que seria natural,
fluiria bem. Mas verificamos que
foi uma falha. Vamos mudar isso
para frente", admitiu Marinho.
Agora a determinação é para
que os assistentes levantem a bandeira antes da falarem ao rádio.
O trio de arbitragem que irá
com o ponto eletrônico no clássico de domingo será sorteado na
sexta-feira. Disputam as equipes
do juízes Paulo César Oliveira e de
Rodrigo Martins Cintra.
Colaborou Ricardo Perrone, do Painel FC
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