São Paulo, domingo, 28 de março de 2010

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falta bola

Só bastidores incendeiam Pacaembu

Rusgas entre presidentes de Corinthians e São Paulo aumentam rivalidade, mas pouco comove atletas dos dois times

Disputa extracampo entre os clubes, que se enfrentam hoje pelo Paulista, permeia diretorias e passa até por competição de marketing

CAROLINA ARAÚJO
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Bate-boca entre presidentes, disputas por jogadores das categorias de base, competição acirrada no marketing, boicote ao estádio do Morumbi.
O confronto entre São Paulo e Corinthians, que hoje se enfrentam às 16h, tornou-se o clássico mais acirrado do Estado não pelas disputas em campo, mas pelos duelos fora dele.
Nos últimos meses, vários ingredientes turbinaram a rivalidade do Majestoso. Desde cenas dignas de uma comédia, como bate-bocas entre os presidentes Juvenal Juvêncio (São Paulo) e Andres Sanchez (Corinthians), até incidentes graves, como um tumulto entre torcedores corintianos e a Polícia Militar que resultou em 49 feridos no Morumbi, em 2009.
Foi, inclusive, antes desse primeiro clássico do ano passado que a animosidade entre os clubes explodiu. A diretoria do São Paulo, mandante do jogo, liberou apenas 10% dos ingressos para a torcida corintiana.
Revoltado com a medida, Andres declarou que, em sua gestão, o Corinthians não mandaria mais jogos no Morumbi. Até agora tem cumprido a palavra.
O cartola corintiano ainda alçou o rival ao posto de inimigo número 1. É comum vê-lo ironizando o São Paulo e tomando posição contrária, independentemente do tema em questão.
Colocou-se, por exemplo, a favor de Oscar, 18, que entrou na Justiça para anular seu contrato com o São Paulo.
Mais: o Corinthians diz ter acerto com Lucas Piazon, 16, outro "rebelde" da base são- -paulina. Andres diz que a contratação do atleta foi um revide à saída de Marcelinho, 17, jogador da base corintiana que foi para o clube do Morumbi.
Na última terça, em audiência no Senado, Andres e Juvenal voltaram a discutir. O são- -paulino reclamou de "roubo" de seus atletas e foi chamado de "mentiroso" pelo corintiano.
Da sala da presidência, a rivalidade se estende aos departamentos de marketing.
Quando assumiu a área no Corinthians, no início de 2008, Luis Paulo Rosenberg disse que um dos modelos a seguir era o marketing do time tricolor.
Hoje, São Paulo e Corinthians disputam até o valor de patrocínio das camisas. O clube alvinegro conseguiu R$ 35 milhões (já descontada a parte de Ronaldo, R$ 10 milhões). É o maior valor pago no país.
Elegendo o arquirrival como parâmetro, o São Paulo quer ganhar pelo menos R$ 40 milhões. Diz negociar com quatro interessados, mas ainda não fechou com nenhuma empresa.
Tantas rusgas, porém, pouco respingam em campo. Apesar de algumas cenas de tensão, como o bate-boca entre Mano Menezes e Milton Cruz há nove meses, os times minimizam a acirrada disputa extracampo.
"Os atletas sabem separar. Não fomos nós que criamos essa rivalidade nos bastidores", disse o técnico Ricardo Gomes.


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