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falta bola
Só bastidores incendeiam Pacaembu
Rusgas entre presidentes de Corinthians e São Paulo aumentam rivalidade, mas pouco comove atletas dos dois times
Disputa extracampo entre os clubes, que se enfrentam hoje pelo Paulista, permeia diretorias e passa até por competição de marketing
CAROLINA ARAÚJO
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Bate-boca entre presidentes,
disputas por jogadores das categorias de base, competição
acirrada no marketing, boicote
ao estádio do Morumbi.
O confronto entre São Paulo
e Corinthians, que hoje se enfrentam às 16h, tornou-se o
clássico mais acirrado do Estado não pelas disputas em campo, mas pelos duelos fora dele.
Nos últimos meses, vários ingredientes turbinaram a rivalidade do Majestoso. Desde cenas dignas de uma comédia, como bate-bocas entre os presidentes Juvenal Juvêncio (São
Paulo) e Andres Sanchez (Corinthians), até incidentes graves, como um tumulto entre
torcedores corintianos e a Polícia Militar que resultou em 49
feridos no Morumbi, em 2009.
Foi, inclusive, antes desse
primeiro clássico do ano passado que a animosidade entre os
clubes explodiu. A diretoria do
São Paulo, mandante do jogo,
liberou apenas 10% dos ingressos para a torcida corintiana.
Revoltado com a medida, Andres declarou que, em sua gestão, o Corinthians não mandaria mais jogos no Morumbi. Até
agora tem cumprido a palavra.
O cartola corintiano ainda alçou o rival ao posto de inimigo
número 1. É comum vê-lo ironizando o São Paulo e tomando
posição contrária, independentemente do tema em questão.
Colocou-se, por exemplo, a
favor de Oscar, 18, que entrou
na Justiça para anular seu contrato com o São Paulo.
Mais: o Corinthians diz ter
acerto com Lucas Piazon, 16,
outro "rebelde" da base são-
-paulina. Andres diz que a contratação do atleta foi um revide
à saída de Marcelinho, 17, jogador da base corintiana que foi
para o clube do Morumbi.
Na última terça, em audiência no Senado, Andres e Juvenal voltaram a discutir. O são-
-paulino reclamou de "roubo"
de seus atletas e foi chamado de
"mentiroso" pelo corintiano.
Da sala da presidência, a rivalidade se estende aos departamentos de marketing.
Quando assumiu a área no
Corinthians, no início de 2008,
Luis Paulo Rosenberg disse que
um dos modelos a seguir era o
marketing do time tricolor.
Hoje, São Paulo e Corinthians disputam até o valor de
patrocínio das camisas. O clube
alvinegro conseguiu R$ 35 milhões (já descontada a parte de
Ronaldo, R$ 10 milhões). É o
maior valor pago no país.
Elegendo o arquirrival como
parâmetro, o São Paulo quer
ganhar pelo menos R$ 40 milhões. Diz negociar com quatro
interessados, mas ainda não fechou com nenhuma empresa.
Tantas rusgas, porém, pouco
respingam em campo. Apesar
de algumas cenas de tensão, como o bate-boca entre Mano
Menezes e Milton Cruz há nove
meses, os times minimizam a
acirrada disputa extracampo.
"Os atletas sabem separar.
Não fomos nós que criamos essa rivalidade nos bastidores",
disse o técnico Ricardo Gomes.
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