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Palmeiras patina de novo, e Belluzzo cogita renunciar
Em casa, equipe apenas empata com Mirassol e pode hoje
ser eliminada da luta por vaga nas semifinais do Paulista
Palmeiras 1
Mirassol 1
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise palmeirense traduziu-se em protesto, pressão,
azar, apatia, desespero, covardia, reconhecimento de fracasso e ameaça de renúncia.
Aconteceu na tarde de ontem, dentro e fora de campo, no
empate diante do Mirassol, outro tropeço no Parque Antarctica que praticamente elimina
o time alviverde do Paulista.
"A minha administração, sob
o ponto de vista do futebol, não
estão sendo boa. Tive fracassos
na vida. Para mim, pode acontecer", admitiu o presidente do
Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo a emissoras de rádio.
Assim, o dirigente cogitou
deixar o cargo antes do fim do
mandato, em janeiro de 2011.
"Se algumas coisas não dão certo, acho que não iria prejudicar
a instituição [com a saída]. Sei
da minha capacidade, mas você
pensa em sair. Mas, se tenho
meus motivos pessoais, sei que
tenho que continuar. Não posso me afastar das pessoas."
Esse foi o desfecho de mais
um dia de tragédia palmeirense. O início foi a confirmação
pela diretoria de que Belluzzo
recebeu cartas com balas de
revólver, supostas ameaças,
com assinaturas da organizada
são-paulina Independente.
O presidente não vê o fato como ameaça, mas apenas como
pressão política relacionadas
ao Palmeiras, segundo o gerente de futebol Gennaro Marino.
Belluzzo informou que o caso
foi registrado na polícia.
O clima pesado manteve-se
na porta principal do estádio.
Faixas de protestos da torcida
organizada Mancha Alviverde,
que não entrou no estádio, davam o tom: "Fora [Gilberto] Cipullo", "Beluzzo, pipoca" e "Jogadores pipoqueiros".
A diretoria alega que o grupo
tem interesse político em criticar a diretoria. Mas torcedores
de fora das facções também
boicotaram a partida. Menos de
4.000 foram ao jogo.
"De fato, em quatro ou cinco
anos de Palmeiras, nunca vi o
Parque Antarctica tão vazio",
lamentou o volante Pierre.
O Palmeiras entrou em campo com desfalques, entre eles
Diego Souza e Danilo. Era um
time de jovens da divisão de base. A exceção era Cleiton Xavier. E foi ele quem sofreu pênalti do zagueiro Thiago. Aos
6min, Robert cobrou e fez o gol.
Mas, no meio do primeiro
tempo, Cleiton Xavier sentiu
dor na coxa esquerda. Foi substituído pelo volante Anselmo,
na primeira troca defensiva do
técnico Antonio Carlos.
O time ficou perdido. E assim
continuou no segundo tempo, o
que permitiu a pressão, sem organização, do Mirassol.
Começou o desespero palmeirense. Ao lado do campo,
Antônio Carlos gritava com os
atletas após erros: "É tão fácil".
Com receio, o técnico trocou
o atacante Vinícius pelo zagueiro Maurício Ramos. Logo após,
aos 26min, uma jogada do Mirassol deixou Pablo Escobar livre na área para empatar.
Foi a vez de a torcida se desesperar, com gritos de burro
para Antônio Carlos, que ainda
tirou o único atacante de área
do time, Robert. Aí, faltou força
para o Palmeiras reagir.
O time mantém-se em décimo no Paulista, a quatro pontos
da zona de classificação. Resultados de hoje podem eliminar
de vez o Palmeiras, que volta a
jogar ante o Paysandu, em casa,
na quarta, pela Copa do Brasil.
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