São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2000


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Comitê cede a resistência de europeus

das agências internacionais

De uma maneira sutil, a comissão de estudos estratégicos da Fifa definiu uma maneira de driblar a resistência européia ao calendário unificado.
A Uefa se opõe principalmente à idéia de que a temporada vá de fevereiro a novembro, como defende a cúpula da entidade internacional.
O que a comissão decidiu fazer foi montar, de maneira disfarçada, dois calendários compatíveis entre si, um com início em janeiro, como o do Brasil, por exemplo, e outro com começo em setembro, como os das federações européias.
O mês de férias dos jogadores foi recomendado -e não determinado- para englobar a segunda metade de dezembro e a primeira de janeiro.
Mas foi deixada uma segunda possibilidade, envolvendo parte de julho e parte de agosto. Isso, em tese, permite que na Europa a temporada possa continuar a começar em outubro e a acabar em junho.
A alegação da entidade máxima do futebol mundial é que ela não tem o poder de impor as férias dos jogadores.
Mas o argumento é malicioso porque as federações, em acordo com os clubes, já fazem isso há décadas, sem que isso tenha sido questionado.
O que importa mesmo é que o calendário unificado só será posto em prática se for respaldado pela quase totalidade das confederações e pelas principais federações do mundo, a maior parte das quais está concentrada na Europa.
Para virar ""lei", a proposta do calendário unificado terá que ser votada no comitê executivo da Fifa, onde os europeus têm a maior bancada.
O comitê é o organismo da Fifa que toma a maioria das decisões mais importantes do futebol mundial. É ele, por exemplo, que escolhe as sedes de todos as competições promovidas pela entidade, especialmente as Copas do Mundo.
Se os europeus não diminuírem sua oposição ao projeto, o que começou a acontecer ontem, segundo afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, suas chances de aprovação são praticamente nulas.


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