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FUTEBOL
Jogando mais até do que os clubes brasileiros, equipes do continente estafam atletas, e número de contusões dispara
Calendário europeu desfalca Copa-2002
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Campeonatos inchados, muitos
jogos e pouco tempo para treinos.
O que antes era "exclusividade"
sul-americana é agora realidade
no organizado futebol europeu, o
que conspira contra a Copa-2002.
A temporada da região, que acaba com a decisão da Copa dos
Campeões, que neste ano será em
Glasgow, só será encerrada no
próximo dia 15, ou só 16 dias antes
do jogo inaugural do Mundial.
Desde a década de 60, o intervalo só foi tão pequeno em 1990.
Mas, naquela oportunidade, a Copa foi realizada na Itália, e não nos
distantes Coréia do Sul e Japão.
Os Campeonatos Nacionais
também estão acabando com menos tempo em relação ao chute
inicial do Mundial. O Espanhol,
por exemplo, termina 19 dias antes de França e Senegal abrirem a
Copa. Na edição de 1998, esse intervalo foi de 25 dias.
O fim da temporada européia
foi empurrado para tão próximo
do certame de seleções pelo inchaço que apresenta hoje.
O Real Madrid, por exemplo,
pode disputar 34 jogos apenas
nos cinco meses iniciais de 2002.
No final da década de 80, um
clube europeu de ponta fazia, em
caso de sucesso em todas as competições possíveis, cerca de 45
partidas em toda uma temporada.
Além de mais clubes nos Nacionais, geralmente dois em relação
ao que acontecia nos anos 70, a região inchou a Copa dos Campeões. Antes, o vencedor da competição disputava nove jogos.
Agora, pode fazer até 23 confrontos pelo campeonato.
A comparação com os clubes
brasileiros mostra o quanto mudou o calendário na Europa.
O Palmeiras, por exemplo, só
disputou 19 partidas oficiais em
2002 até o momento.
A maratona de jogos dos milionários clubes europeus ocorre no
mesmo momento em que uma
onda de lesões atinge os atletas
que, além de defenderem seus times, precisam constantemente
viajar para atuarem por suas seleções. Exemplo disso aconteceu
com o poderoso Manchester United. Quatro dos principais jogadores do clube inglês sofreram
graves lesões neste ano.
O argentino Verón e o irlandês
Roy Keane já estão recuperados,
mas os locais Gary Neville e David
Beckham, ambos com fraturas no
pé, correm sério risco de ficarem
fora do Mundial na Ásia.
Na Alemanha, o meia alemão
Scholl abdicou de viajar para o
Oriente por não se sentir em condições físicas ideais. Ele joga no
Bayern de Munique, outro clube
europeu que enfrenta uma verdadeira maratona em 2002.
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