DOS ENVIADOS A ULSAN

O novo Luiz Felipe Scolari, mais "light", como ele mesmo se define, tomou uma decisão que certamente deixaria furioso o velho Luiz Felipe Scolari.
Antes adepto do uso de todas as estratégias para enganar e surpreender a equipe adversária, o técnico da seleção brasileira descartou a possibilidade de esconder o jogo antes da estréia na Copa. Scolari disse que abrirá mão da brecha aberta pela Fifa para a realização de treinos secretos -um por rodada.
E o argumento utilizado pelo técnico gaúcho foi inusitado.
"Vai ter gente caindo do muro", afirmou, em alusão aos cinegrafistas e repórteres que costumam bisbilhotar os treinos da seleção brasileira fechados para toda a imprensa.
"No Brasil, quando a gente fazia os treinamentos fechados e queria mudar o time, era uma confusão. Lembro-me dos tempos de Grêmio, de Palmeiras. Virgem Maria, era uma confusão", afirmou Scolari.
A declaração do treinador surpreendeu. Na trajetória para a conquista da Taça Libertadores-99, quando comandava o Palmeiras, o técnico cansou de utilizar o expediente de trancar o elenco no Sportsville, hotel em Barueri, na Grande São Paulo. Lá, promovia treinamentos secretos e, muitas vezes, proibia seus comandados de até mesmo darem declarações.
Na entrevista concedida ontem, o técnico gaúcho justificou sua decisão dizendo que não há mais segredo entre as seleções.
"A França tem catalogadas cem jogadas de escanteio de todas as seleções do mundo. Nós temos hoje 15 ou 20 que a gente mandou observar. Não tem mais o que esconder, não adianta", afirmou Scolari.
O treinador também admitiu a possibilidade de usar a brecha apenas em uma eventual final do Mundial-2002. "Aí, quem sabe valha a pena", completou Scolari. (FM, FV, JAB e SR)


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