RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Demorou para o ouvidor do Corinthians, Marcelo Góes, receber mensagens de torcedores. Quando recebeu, viu de tudo, até um inesperado pedido de contratação do atacante D'Alessandro, do River Plate, que eliminou o Corinthians da Libertadores.
Góes esperava sugestões e reclamações desde sábado, quando o Corinthians bateu o Juventude por 3 a 0, no Pacaembu. Porém o primeiro contato, por e-mail, só foi feito anteontem à noite.
Até as 15h30 de ontem, ele tinha recebido mais 24 mensagens. O temor dos corintianos era de que a ouvidoria virasse um muro de lamentações dos torcedores. Em alguns casos, isso aconteceu.
"Recebi três pedidos de contratações. Outros cobraram a construção de um estádio do Corinthians", afirmou Góes.
Como resposta, esses torcedores receberão mensagens lembrando que o cargo foi criado para ouvir críticas e sugestões sobre a proteção e o conforto dos fãs do clube no estádio.
As queixas relativas à partida de sábado foram sobre as filas para comprar ingressos e entrar no Pacaembu. Góes teve uma reunião ontem com funcionários do clube para pedir providências. A idéia é que mais bilheteiros trabalhem domingo, no jogo com o Vitória.
De acordo com o Estatuto do Torcedor, os clubes não são obrigados a terem uma ouvidoria. Isso é dever da CBF, no caso do Campeonato Brasileiro.
"Como eles demoraram para indicar um profissional para essa área, o Corinthians resolveu ter o seu próprio ouvidor", disse Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol corintiano.
Escolhido para o cargo, Góes é advogado, atua há três anos como assessor esportivo da presidência corintiana e nunca exerceu função semelhante à atual.
"Mas tenho experiência de 12 anos no esporte, e isso vai me ajudar muito", afirmou.
O ouvidor espera ser mais procurado após os próximos jogos. "Aos poucos, o torcedor se acostumará", afirmou. As mensagens devem ser enviadas para o e-mail ouvidoria@corinthians.com.br.


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