|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE
2 por 1
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Popó largou com ligeira vantagem nas bolsas de apostas
para seu combate com Diego
"Chico" Corrales -o baiano é favorito na proporção de 2 por 1.
É o mais perigoso adversário da
carreira do pugilista brasileiro,
mais até do que o conceituado cubano Joel "Cepillo" Casamayor.
Afinal, apesar de ser tecnicamente competente, o cubano não
é conhecido por sua pegada, ingrediente que, em minha opinião,
até estrategicamente é imprescindível para derrotar o brasileiro.
Para mim, Corrales foi uma escolha bastante arriscada da parte
da equipe do brasileiro. Primeiro,
por conta da pegada do lutador
norte-americano, que colocou para dormir 31 de suas 38 vítimas.
Não, não esqueci que Popó tem
média superior de nocautes -31
em 35 lutas. Mas é inegável que
Corrales também é exímio nocauteador, o que sempre leva perigo.
O contraponto é que o queixo
de Corrales não é dos mais resistentes. Contra Casamayor, que
não é conhecido exatamente pela
potência dos golpes, "Chico" foi à
lona três vezes (em duas lutas).
Contra Floyd Mayweather Jr.,
outro lutador extremamente técnico, mas reconhecidamente sem
pegada, Corrales caiu nada mais
que cinco vezes em dez assaltos.
Especialistas crêem que a vulnerabilidade de Corrales resulta do
fato de o norte-americano acreditar tanto em sua pegada que relega a defesa a um segundo plano.
O segundo fator que torna "Chico" Corrales um rival formidável
é a sua altura: 1,78 m. Para comparar, Popó mede 1,68 m.
A boa notícia para Popó é que,
estranhamente, o norte-americano freqüentemente ignora suas
vantagens em altura e envergadura e parte para a briga franca
(ou pelo menos tenta). Contra
Floyd Mayweather Jr., esse erro
custou bastante caro -Corrales
foi nocauteado em dez assaltos.
É esperar para ver se Joe Goosen, seu novo técnico, fará com
que Corrales tire mais vantagem
dessas características. Se o fizer,
será interessante observar qual
estratégia o brasileiro vai adotar.
(É curioso notar que será a segunda chance de Goosen contra o
brasileiro. O treinador pilotou o
córner de Casamayor na unificação dos cinturões superpenas da
AMB e OMB, em 12 em janeiro de
2002, em Las Vegas, nos EUA.)
O fato de Popó ser campeão dos
leves (até 61,2 kg) e Corrales estar
subindo da categoria dos superpenas (até 58,9 kg) é irrelevante.
Aqui não há vantagem porque
Corrales freqüentemente luta como leve, categoria na qual parece
se sentir mais à vontade. As suas
primeiras apresentações desde
2003, depois que abandonou a
prisão, foram justamente como
leve. Desde então fez como superpena só os dois últimos combates.
Pesando todos os fatores, também a meu ver o lutador baiano é
o favorito para o combate do dia
7 de agosto. Porém por uma pequeníssima margem, com clara
vantagem para quem chegar primeiro no adversário.
Com a decisão de Mayweather
de subir para os meio-médios-ligeiros, Popó tornou-se agora o
quarto melhor leve segundo o
ranking da "The Ring".
Pesado
Será que agora vai (vem)? "Iron" Mike Tyson, que não apareceu no
Brasil no Carnaval, recebeu outra proposta para vir em setembro.
Leve
Foi boa a performance do leve Juliano Ramos contra Moises Pedroza, na semana passada. A seleção do adversário é um exemplo de como construir a carreira de uma promessa. Pedroza é um veterano,
ex-desafiante ao título, cujos melhores anos já se passaram. Ainda assim, é perigoso. Derrubou o atual campeão dos superpenas da FIB,
Carlos Hernandez, em luta não-válida pelo título. É melhor do que só
ficar pegando pangarés. E, se Ramos não passasse por Pedroza, qual
seu futuro, afinal? Seu promotor, Arthur Pelullo, foi mais exigente:
achou que Ramos desperdiçou várias chances para nocautear o rival.
E-mail eohata@folhasp.com.br
Texto Anterior: Basquete: Nacional abre as semifinais dos melhores Próximo Texto: Futebol - Mário Magalhães: O tedioso futebol feminino Índice
|