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Movimentação coletiva cria time sugestivo
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
A menos de duas semanas da estréia na Copa, o Brasil, finalmente, fez seu primeiro coletivo, ontem à tarde, no estádio Três Pinheiros, em Ozoir-La-Ferrièrre.
Depois de 56 minutos de bola rolando, mesmo desfalcados de
Dunga e Romário, bateram os reservas por 2 a 0, gols de Ronaldinho, se for descontada a magnífica
cobrança de falta de Rivaldo, repetição de um tiro desperdiçado, na
primeira vez, por Bebeto.
E Bebeto, que atuou no lugar de
Romário, foi um caso singular ontem: sua movimentação foi perfeita, mas na execução das jogadas só
fez sentir saudade do titular,
quando não de um reserva mais
eficiente, embora Edmundo, no
time de baixo, cumprisse performance igualmente apagada, com
uma ou duas jogadas de estilo.
Ao contrário de Giovanni, que
cumpriu exemplarmente as outras
duas funções que o esquema lhe
reserva, além do ataque: marcar e
armar jogadas. Deu passes de altíssima classe para Ronaldinho,
Cafu e Bebeto, e sempre esteve disponível para receber a bola.
Mas, no plano individual, o destaque acabou sendo mesmo Ronaldinho: saiu sempre da área, para se aproximar de Giovanni e Rivaldo, com quem trabalhou bem,
mesmo errando alguns passes,
meteu-se pela esquerda, pela direita e fez os gols. O primeiro, numa penetração de César Sampaio,
que, cara a cara com Carlos Germano, chutou na trave. No rebote,
Ronaldinho, gol.
No segundo, uma bela enfiada
de Rivaldo na transversal, e ele
chegou livre para conferir.
Já no plano coletivo, o que se viu
foi a defesa jogando de acordo
com o que Zagallo traçou na sua
cabeça há tempos: dois zagueiros
lá atrás, protegidos por um volante (Doriva) e os dois laterais avançando sempre e ao mesmo tempo.
Acontece que, como o segundo
volante - César Sampaio - é quem
deve sair mais, a cobertura de Cafu
sofre hiatos perigosos. Quando
César fica, tudo bem. Quando sai,
com Cafu, abre-se um espaço às
costas do lateral, no contragolpe,
que poderá ser o nosso abismo.
De qualquer forma, dali pra
frente, o time é sugestivo, graças à
movimentação coletiva. Resta saber se, com a volta de Romário,
essa dinâmica se repetirá.
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