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FUTEBOL
Atacante telefona para amigo no Rio de Janeiro, diz estar deprimido e se queixa de coordenador da seleção
Romário afirma que Zico quer cortá-lo já
JUCA KFOURI
Colunista da Folha
O atacante Romário telefonou
altas horas da
noite de anteontem para um
amigo no Rio de
Janeiro, que trabalha com ele no Flamengo, e se
queixou amargamente.
Disse que estava deprimido porque sabia que o coordenador técnico da seleção brasileira, Zico, está lutando para cortá-lo imediatamente "para dar tempo para
que o grupo se recupere psicologicamente de meu corte".
"Ele quer o meu corte já, argumentando que não podem cometer comigo o mesmo erro cometido com ele na Copa de 1986", disse o atacante, que sente dores na
panturrilha da perna direita e está
afastado dos treinos coletivos e táticos da equipe.
Em 1986, na Copa do México, o
então treinador Telê Santana esperou por Zico até a última hora e ele
só teve condição de jogo, assim
mesmo precária, já na segunda fase do Mundial.
Desabafo
Romário desabafou com o amigo dizendo que Zico aparenta estar de bem com ele, como se as desavenças do passado estivessem
superadas.
Mas, na verdade, segundo acha,
"quer mesmo é me prejudicar. O
Zagallo é que está segurando o
meu corte, e a situação está sendo
abafada para que a queda-de-braço entre os dois não fique pública.
É tudo uma grande encenação".
Na conversa com o amigo, no
entanto, o artilheiro reconheceu
que dificilmente estará em condições de jogo no dia 10 de junho,
data da abertura da Copa Mundo e
estréia da seleção brasileira diante
da Escócia.
"Está doendo muito, mas estou
fazendo o possível para me recuperar."
O amigo pediu a ele que fizesse a
barba, porque acha que sua depressão está estampada em seu
rosto.
"Tenho certeza de que para o
segundo jogo (contra a seleção de
Marrocos) estarei em condições,
mas tenho medo de, se jogar dia
10, acabar estourando em cinco
minutos", disse.
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