São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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O PERSONAGEM
Técnico norueguês minimiza a espionagem de Parreira

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado a Ozoir-la-Ferrière

O técnico Egil Olsen, da Noruega, acha que Carlos Alberto Parreira terá pouco a dizer para Zagallo sobre a sua equipe.
Apesar de os noruegueses terem goleado a Arábia Saudita, dirigida pelo brasileiro, por 6 a 0, Olsen acha que o jogo não foi um "teste válido".
"A Arábia teve duas expulsões em 32 minutos. Foi um jogo de 11 contra 9, daí fica difícil fazer alguma análise mais aprofundada", disse em entrevista à Folha, por telefone.

Folha - Como foi a goleada contra a Arábia Saudita, uma equipe que vinha animada com o empate sem gols com a Inglaterra, no estádio de Wembley?
Egil Olsen -
Não há muito o que falar, porque a Arábia teve dois jogadores expulsos. O primeiro, o goleiro, logo no início, quando fizemos 1 a 0 de pênalti. Depois, ainda no primeiro tempo, quando vencíamos por 2 a 0, eles ficaram com nove.
Folha - Não foi, então, um bom teste?
Olsen -
Não foi um teste de verdade, digamos assim.
Folha - De qualquer forma, a Noruega conseguiu duas goleadas nos últimos dois jogos, já que vinha de um placar de 5 a 2 contra o México...
Olsen -
Mas também contra o México foi uma partida atípica, pelo péssimo estado do campo no dia em que nos enfrentamos...
Folha - O técnico Parreira ficou de passar algumas informações sobre a Noruega para Zagallo. O que ele terá a dizer?
Olsen -
Não sei, porque ele não participou da entrevista coletiva depois do jogo, foi direto para o aeroporto. Mas, pelo jogo de hoje, uma partida de 11 contra 9, não terá muito o que falar.
Folha - O atacante Flo, maior destaque do seu time, tinha começado no banco contra o México. E contra a Arábia?
Olsen -
Começou jogando e marcou nosso quinto gol.
Folha - Qual foi a maior virtude da Noruega na goleada contra a Arábia?
Olsen -
A maior virtude foi o espírito de luta de nossa equipe. Num jogo amistoso, quando um time faz 3 a 0 no primeiro tempo, como aconteceu com o nosso, a tendência é relaxar no segundo tempo.
Fiquei muito satisfeito ao ver todos correndo até o final, mostrando insatisfação com o resultado, sempre querendo um algo a mais. É esse estado de espírito e aplicação que quero ver na Copa. É assim que você pode ter sucesso numa competição como essa.



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