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O PERSONAGEM
Técnico norueguês minimiza a espionagem de Parreira
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado a Ozoir-la-Ferrière
O técnico Egil Olsen, da Noruega, acha que Carlos Alberto
Parreira terá pouco a dizer para
Zagallo sobre a sua equipe.
Apesar de os noruegueses terem goleado a Arábia Saudita,
dirigida pelo brasileiro, por 6 a
0, Olsen acha que o jogo não foi
um "teste válido".
"A Arábia teve duas expulsões em 32 minutos. Foi um jogo
de 11 contra 9, daí fica difícil fazer alguma análise mais aprofundada", disse em entrevista à
Folha, por telefone.
Folha - Como foi a goleada contra a Arábia Saudita, uma equipe
que vinha animada com o empate sem gols com a Inglaterra, no
estádio de Wembley?
Egil Olsen - Não há muito o
que falar, porque a Arábia teve
dois jogadores expulsos. O primeiro, o goleiro, logo no início,
quando fizemos 1 a 0 de pênalti.
Depois, ainda no primeiro tempo, quando vencíamos por 2 a 0,
eles ficaram com nove.
Folha - Não foi, então, um bom
teste?
Olsen - Não foi um teste de
verdade, digamos assim.
Folha - De qualquer forma, a
Noruega conseguiu duas goleadas nos últimos dois jogos, já
que vinha de um placar de 5 a 2
contra o México...
Olsen - Mas também contra o
México foi uma partida atípica,
pelo péssimo estado do campo
no dia em que nos enfrentamos...
Folha - O técnico Parreira ficou
de passar algumas informações
sobre a Noruega para Zagallo. O
que ele terá a dizer?
Olsen - Não sei, porque ele
não participou da entrevista coletiva depois do jogo, foi direto
para o aeroporto. Mas, pelo jogo
de hoje, uma partida de 11 contra
9, não terá muito o que falar.
Folha - O atacante Flo, maior
destaque do seu time, tinha começado no banco contra o México. E contra a Arábia?
Olsen - Começou jogando e
marcou nosso quinto gol.
Folha - Qual foi a maior virtude
da Noruega na goleada contra a
Arábia?
Olsen - A maior virtude foi o
espírito de luta de nossa equipe.
Num jogo amistoso, quando um
time faz 3 a 0 no primeiro tempo,
como aconteceu com o nosso, a
tendência é relaxar no segundo
tempo.
Fiquei muito satisfeito ao ver
todos correndo até o final, mostrando insatisfação com o resultado, sempre querendo um algo
a mais. É esse estado de espírito e
aplicação que quero ver na Copa.
É assim que você pode ter sucesso numa competição como essa.
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