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TÊNIS
Brasileiro bate Chris Woodruff por 3 a 1 e vai à segunda rodada de Wimbledon depois de se queixar da atuação de juiz
Kuerten vence e reclama de preconceito
RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES
Gustavo Kuerten ganhou seu jogo de estréia no torneio de Wimbledon numa partida marcada
por um erro grosseiro do juiz, por
muitas reclamações e por denúncias de favorecimento a tenistas
norte-americanos.
O tenista brasileiro derrotou o
norte-americano Chris Woodruff
por três sets a um (6/4, 6/7, 7/5 e
7/6), mas passou por momentos
difíceis durante a partida.
Kuerten ficou irritado com uma
marcação do português Jorge
Dias, protestou e jogou a raquete
no chão. "Já me roubaram contra
o Sampras, em Miami", disse ao
juiz. "É muito preconceito."
O jogo começou equilibrado,
mas o brasileiro estava ligeiramente melhor. Primeiro colocado
da Corrida dos Campeões, o novo
ranking mundial, Kuerten quebrou o serviço de Woodruff (46º
no ranking) quando a partida estava empatada em três games. Depois, fechou o set em 6 a 4.
No segundo set, Kuerten, que é
o único grande especialista em
saibro a permanecer vivo sobre a
grama de Wimbledon, teve uma
oportunidade de abrir uma vantagem decisiva.
O set estava em cinco games a
quatro para Kuerten, que estava
sacando. Woodruff rebateu uma
bola no fundo da quadra. A bola
caiu nitidamente depois da linha,
mas o juiz validou o ponto.
Com a marcação, Woodruff ganhou o game, quebrando o serviço de Kuerten. O norte-americano aproveitou o nervosismo do rival depois desse lance para ganhar o segundo set por 7 a 5. "Estava pronto para fechar o segundo
set e ganhar o jogo. Mas a partir
dali fiquei irritado e podia ter perdido o jogo", disse Kuerten.
Aos poucos, porém, Kuerten recuperou a concentração e fechou
o jogo em 3 a 1, em partida com
duas horas e 45 minutos de duração. Para vencer sua estréia em
Wimbledon, o brasileiro compensou a dificuldade na quadra
de grama com a força dos golpes.
Ele fez 29 aces, o segundo melhor desempenho no fundamento
num jogo em sua carreira. Sua
média na temporada, aliás, é de
mais de nove aces por partida.
Ao final do jogo, Kuerten denunciou o que chamou de "discriminação". Segundo ele, o "nome
pesa" na hora de os juízes decidirem pontos duvidosos.
"Posso jogar 20 vezes contra o
Agassi e o Sampras. Sempre que
tiver uma bola duvidosa, os juízes
vão dar a bola para os caras", disse
o tenista, que perdeu a final do
torneio de Miami contra Pete
Sampras depois de uma decisão
polêmica de um juiz favorecendo
o norte-americano.
Ontem, Kuerten não enfrentou
uma estrela como Sampras ou
Agassi, mas disse ter sofrido preconceito porque, na dúvida, os
juízes preferem ficar bem com os
norte-americanos. "Existe um
respeito maior pelos norte-americanos. Para nós chegarmos é mais
difícil, temos que lutar mais."
O tenista brasileiro joga na próxima rodada, provavelmente
amanhã, contra o sul-africano
Justin Bower, 509º colocado no
ranking de entrada da ATP.
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