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BASQUETE
Irritado, técnico tem bate-boca com seus atletas
Vasco perde controle, e Flamengo ganha sobrevida no mata-mata
DA REPORTAGEM LOCAL
O Flamengo venceu o Vasco
ontem por 115 a 103 e garantiu sua
sobrevivência no mata-mata decisivo do Campeonato Nacional
masculino em um jogo em que os
vascaínos perderam o controle
dentro e fora da quadra.
O técnico Hélio Rubens Garcia
discutiu com os dois estrangeiros
do time, o pivô dominicano Jose
Vargas e o armador norte-americano Charles Byrd -este último
foi empurrado pelo treinador durante um pedido de tempo no início do terceiro período.
Quando Hélio Rubens chamava
a atenção do time sobre a marcação sobre o ala Oscar Schmidt,
percebeu a desatenção do jogador. "Você está prestando atenção, Charles?", questionou o técnico, com a mão no peito do jogador. O norte-americano reagiu.
"Tire suas mãos de mim", esbravejou. A briga só foi contida pelo
armador Demétrius.
Depois do bate-boca, o treinador decidiu permanecer em silêncio até o final do jogo.
O desentendimento com Vargas teve menor intensidade. No
segundo quarto da partida, ambos discordaram também durante um pedido de tempo e trocaram ofensas.
Os dois estrangeiros foram os
melhores pontuadores vascaínos
no confronto de ontem. Vargas
marcou 34 pontos e pegou 11 rebotes, e Byrd fez 17 pontos.
Após o jogo, o treinador evitou
comentar os incidentes.
Com o resultado, o Vasco viu
reduzida sua vantagem na série final para 2 a 1 e ainda depende de
uma vitória no quarto duelo,
marcado para sexta-feira, para liquidar o mata-mata e conquistar
o título inédito.
O cestinha do confronto foi Oscar Schmidt, do Flamengo, que
criticou a arbitragem ao final do
segundo duelo, no domingo, por
não ter arremessado nenhum lance livre. Na ocasião, ele afirmara
que sentia "nojo" da atuação dos
árbitros.
As críticas foram encampadas
pela comissão técnica e pelos dirigentes flamenguistas, que chegaram a insinuar a existência de um
suposto "complô" pró-vascaínos.
Após a reclamação, o jogador
pôde cobrar 16 lances livres ontem e só errou um.
No total, foram 44 pontos assinalados por Oscar, que tentou minimizar o tom crítico após o jogo.
"Eu exagerei um pouco nas reclamações, mas isso ocorre porque
eu sempre falo o que sinto", declarou ele, chorando.
O time todo arremessou 34 lances livres, contra 14 do jogo do último domingo.
O duelo foi liderado pelo Flamengo desde o início. A equipe
dirigida por Claudio Mortari também contou com boas performances do armador Ratto, que
fez 28 pontos, e do pivô Josuel,
que assinalou 14 pontos e apanhou 13 rebotes.
Com o cestinha conformado,
foi a vez de o vice-presidente de
esportes olímpicos do Vasco, Fernando Lima, reclamar. "Não é
possível que a arbitragem se deixe
influenciar pelo que ele (Oscar)
fala", afirmou Lima.
Segundo a CBB (Confederação
Brasileira de Basquete), 7.780 pessoas assistiram à partida no ginásio do Maracanãzinho -e a
maioria era vascaína.
É a primeira vez na história do
Nacional que dois clubes cariocas
decidem o campeonato. O Botafogo foi o único time do Rio a sagrar-se campeão, em 1967.
O Vasco é o time com melhor
campanha na competição, com
29 vitórias em 39 partidas.
O Flamengo venceu 25 jogos e
perdeu 12 partidas.
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