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Acredite se quiser
Sob vaias e criticado até por Parreira, Brasil vence e de classifica para revanche contra uma França em alta
EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A DORTMUND
O Brasil chegou à Copa como
o time que o mundo todo queria admirar e aplaudir. Ontem,
apesar da vitória de 3 a 0 sobre
Gana, que assegurou passagem
às quartas-de-final, a seleção
não foi admirada nem aplaudida. Foi vaiada fragorosamente
pela torcida alemã, que dominou o Estádio de Dortmund.
O adversário de sábado em
Frankfurt será a França, que
eliminou a Espanha num 3 a 1.
A revanche da final de 1998,
quando os franceses ganharam
por 3 a 0, ocorre num momento
desconfortável para o Brasil.
Se o desempenho contra Gana representou uma involução
do time de Carlos Alberto Parreira em relação à apresentação
dos 4 a 1 sobre o Japão, o triunfo francês mostrou um grupo
em ascensão. Foi o jogo em que
os "bleus" (azuis) marcaram
mais gols e o em que o craque
Zidane saiu-se melhor.
Em Dortmund foi diferente.
Com os mesmos titulares dos
dois primeiros confrontos -vitórias, mas desempenho sofrível-, o Brasil voltou a acumular "apagões" criativos e chegou
a ser envolvido pelos ganenses.
Venceu porque saiu na frente, logo aos 5min: Ronaldo arrancou, driblou o goleiro e fez
seu 15º gol em Copas, passando
o alemão Gerd Müller e isolando-se como o maior artilheiro
da história dos Mundiais.
"Senti que tinha que enganar
o goleiro de alguma maneira ou
então ganhar na velocidade.
Achei que não ia me sair melhor se conduzisse mais a bola,
então decidi fazer aquele drible", falou, ao comentar o gol.
E venceu porque teve ajuda
da arbitragem. Adriano estava
impedido no segundo gol.
Logo depois, o lance foi reprisado no telão do estádio, o que
fez os ganenses cercarem o auxiliar. A torcida alemã, que já
estava ao lado de Gana, começou a vaiar o juiz e o Brasil.
A seleção melhorou na etapa
final, com Juninho no lugar de
Adriano. Gana teve um jogador
expulso aos 36min. E, aos
39min, o resultado foi definido,
com belo gol de Zé Roberto.
Foi a 11ª vitória consecutiva
do Brasil em Copas, recorde
que ontem foi ampliado pela
terceira vez neste Mundial.
Parreira, questionado sobre a
falta de espetáculo, de novo
exaltou a eficiência. "A história
não fala de jogo bonito, mas de
campeões." Mas achou espaço
para ressalvas ao time. "O placar de 3 a 0 chega a ser uma ilusão. Confundimos velocidade
com pressa. Tivemos pressa de
chegar no gol. Pressa é velocidade sem coordenação."
E sobre a França: "Não existe
clima de revanche. Aqui não se
pensa nisso". Falta combinar
com o torcedor brasileiro.
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