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Tostão
Vitória atípica
O meio-campo do time marcou muito atrás e facilitou a pressão de Gana
NO PRIMEIRO minuto de jogo, estava
evidente que haveria muitos lances idênticos ao do primeiro gol do
Brasil. A defesa de Gana
jogava bastante adiantada
e em linha. Uma tática suicida. A linha burra foi ainda mais burra.
Poucos minutos depois,
Kaká lançou a bola nas
costas dos zagueiros, Ronaldo entrou livre e, com o
seu enorme talento, deu
um drible de corpo no goleiro e fez o primeiro gol.
Em jogadas parecidas saíram o segundo gol, de
Adriano (impedido), em
um passe de Cafu, e o terceiro, de Zé Roberto, em
um lançamento do Ricardinho. Dessa forma poderiam ter acontecido outros gols.
Por outro lado, Gana dominou o jogo, tocou a bola
com facilidade no meio-campo, criou um grande
número de chances de gol,
mas foi horrorosa nas finalizações. Dida fez também boas defesas. O meio-campo brasileiro marcou
muito atrás e facilitou a
pressão de Gana.
O Brasil sabia que Gana
jogaria com a defesa
adiantada e aproveitou
bem essa situação. Mas inverteram-se os papéis. O
time pequeno pressionou,
e o grande, no contra-ataque, fez os gols.
Carlos Alberto Parreira,
que sempre criticou os adversários por terem oito
atrás da linha da bola, viu o
seu time fazer o mesmo
contra a pequena seleção
de Gana.
Só no segundo tempo,
principalmente na parte
final, quando Gana cansou, desistiu de virar o jogo e ficou com dez, é que o
Brasil tocou mais a bola e
poderia ter feito mais gols.
Dida foi o melhor do
Brasil. Os coadjuvantes
(Lúcio e Juan) foram novamente superiores às estrelas (Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Ronaldo, que
fez um belo gol). Ricardinho entrou no final, quando o jogo estava decidido,
fácil, e deu belíssimos passes. Os outros não brilharam nem foram ruins.
Foi uma partida atípica,
como se esperava pelas características de Gana. Não
houve injustiça. Gana perdeu muitos gols porque
não sabe finalizar. Prevaleceram a qualidade, a experiência e a mística do futebol brasileiro.
Contra a França, primeiro forte adversário no
Mundial, o Brasil precisa
jogar melhor.
tostao.folha@uol.com.br
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