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"Melhor" de novo, Zé Roberto quer críticos calados
Premiado pela Fifa pela segunda vez nesta Copa, meia diz que "números e regularidade estão aí" para provar seu valor
Atleta estuda para se tornar
pastor quando encerrar a
carreira, já lançou um livro
autobiográfico e procura
um time para se transferir
DOS ENVIADOS A DORTMUND
O meia Zé Roberto, candidato a pastor evangélico e conhecido por sua serenidade, saiu do
sério ontem após ter sido escolhido o "homem do jogo" pela
segunda vez na Copa (ganhou
contra a Austrália) e ter marcado seu primeiro gol em um
Mundial. Ele atacou os que pedem a sua saída do time titular.
"Claro que qualquer jogador
que faz o seu melhor quer ser
reconhecido. Mas infelizmente
muitos não vêem dessa forma
e, de repente, esse bom momento até cale a boca de muitos
críticos", afirmou o jogador,
que, antes do duelo contra Gana, respondeu a muitas perguntas sobre a possibilidade de
perder a vaga para Juninho.
Durante a semana, na concentração da seleção, reclamou
que não é valorizado.
"Não busco reconhecimento
porque não tenho que mostrar
nada a ninguém, os números e a
minha regularidade estão aí. O
excelente momento que vivo
na seleção já prova", disse. "Fico muito chateado porque procuro falar com transparência.
Logo após o jogo contra a Austrália, fiquei fora [da partida
com o Japão]. O Parreira não
deu o time antes do jogo contra
Gana, e muitas especulações vinham contra mim."
Após descarregar sua raiva,
Zé Roberto voltou a ser Zé Roberto. Disse ter dedicado o gol à
família, em especial para o filho
Hendrick, de seis anos.
"Ele, de repente, está curtindo mais a Copa do que eu. Ele
vem, vibra, pula. Fazer um gol e
saber que ele está no estádio
comemorando é pra mim uma
alegria muito grande", afirmou.
O meia de 31 anos crê que
suas atuações na Alemanha vão
ajudá-lo a encontrar um novo
clube na Europa -deixará o Bayern de Munique.
Bastante religioso, Zé Roberto freqüenta uma igreja evangélica em Munique. Faz preparação com seu pastor, Anselmo,
para também se tornar um
quando parar de jogar.
Na seleção, durante períodos
de folga, participa de cultos
com Lúcio, Cris, Fred, Luisão,
Kaká e Mineiro. "Todos precisamos de fé para viver", prega o
jogador, que lançou sua autobiografia, "Passe de craque para
a vida", na Europa.
Nela, descreve a infância difícil em São Miguel Paulista,
bairro pobre da zona leste de
São Paulo onde foi criado, e a
virada em sua vida graças ao futebol. "Sempre procuro fazer as
coisas simples e ocorrem coisas
extraordinárias comigo", afirma o meia.
(EDUARDO ARRUDA, FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO
PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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