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Palmeiras, "só", busca treinador
Clube demite Luxemburgo, encara rescisão de R$ 1,5 milhão e crise, mas já fala em Muricy ou Abel
Diretoria diz que eliminação e redução de despesas não pesaram na demissão e que não irá consultar a Traffic sobre o novo comandante
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um treinador "muito vencedor". Esse será, de acordo com
o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, o perfil do novo comandante do Palmeiras.
O dirigente citou Muricy Ramalho, demitido do São Paulo
na semana passada, e Abel Braga, técnico do Al Jazira, equipe
dos Emirados Árabes Unidos,
como nomes que interessam ao
time do Parque Antarctica.
Vanderlei Luxemburgo foi
demitido na madrugada de ontem, após uma reunião com a
diretoria do clube alviverde.
"Não cabia volta. A decisão já
estava tomada", disse o vice-
-presidente Gilberto Cipullo,
que foi quem comunicou Luxemburgo de sua demissão.
Pouco depois, à 0h44, o treinador anunciou sua saída pelo
twitter e em seu blog pessoal no
UOL. Ontem, não apareceu na
Academia de Futebol para se
despedir dos jogadores.
O motivo da saída, segundo
Luxemburgo e diretoria, foi
"quebra de hierarquia". Os dirigentes não digeriram as declarações do ex-treinador na noite
de anteontem. Ele afirmou que
não aceitaria a volta do atacante Keirrison ao time, caso a negociação do atacante com o
Barcelona não se concretizasse.
"O Vanderlei não saiu por
conta de resultados ou por sua
briga com a torcida, mas sim
porque estava havendo uma
dissonância entre ele e a diretoria", declarou Belluzzo.
A permanência de Luxemburgo era até então bancada
pelo presidente, a despeito das
cobranças da organizada Mancha Alviverde e de parte de conselheiros palmeirenses por sua
demissão, intensificadas após a
eliminação do time nas quartas
da Libertadores, no dia 17.
Os torcedores faziam campanha contra os altos gastos da
comissão técnica de Luxemburgo, que oficialmente ganhava R$ 550 mil por mês.
O contrato de Luxemburgo
com o Palmeiras venceria no final do ano, mas o técnico havia
manifestado desejo de seguir
no comando do time em 2010.
Com a rescisão de seu contrato, o ex-técnico tem direito a
uma multa rescisória avaliada
em R$ 1,5 milhão, valor que vai
ser pago pelo Palmeiras.
Em 2009, o déficit do clube
alviverde com o futebol atingiu
R$ 2,7 milhões. As dificuldades
financeiras levaram Belluzzo a
ordenar o corte de 15% das despesas de todas as áreas do clube, especialmente no futebol,
departamento mais custoso.
Além de Luxemburgo, outros
membros da comissão técnica
-que custava no total R$ 1,2
milhão mensais ao clube-
também anunciaram sua saída,
como o preparador físico Antônio Mello e os auxiliares Nei
Pandolfo e Júnior Lopes.
A diretoria, porém, declarou
que quer manter parte dos profissionais na nova comissão.
"Nosso critério é não fazer uma
degola geral", disse Belluzzo.
O presidente afirmou que espera definir o novo treinador "o
mais rápido possível" e que a
Traffic, principal parceira econômica do Palmeiras, não será
consultada sobre o assunto.
"Nossa relação com a Traffic
diz respeito à aquisição de jogadores. Decisão sobre técnico é
exclusiva da Sociedade Esportiva Palmeiras", declarou.
A saída de Luxemburgo é a
segunda baixa do time palmeirense para o clássico contra o
Santos, hoje, às 18h30.
A equipe também não contará com Keirrison, artilheiro do
time no ano, afastado por estar
negociando sua saída.
O Palmeiras será comandado
por Jorginho, técnico do elenco
B do Palmeiras. Segundo o interino, a queda de Luxemburgo
pode afetar o desempenho do
time hoje no Parque Antarctica. "Não duvido de que os jogadores estejam abalados e de
que isso se reflita em campo."
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