São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo vence à moda Muricy

Na estreia do técnico Ricardo Gomes, time busca nova fórmula, mas bate o Náutico na bola parada

São Paulo 2
Náutico 0


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Pelo chão, pelo chão", gritava o técnico Ricardo Gomes, em sua estreia, para os são-paulinos. Ao pedir que os atletas tocassem a bola por baixo, ele sintetizava a mudança que tenta implantar após a saída do antecessor Muricy Ramalho.
Só conseguiu este objetivo no final do jogo. É verdade que venceu o Náutico. Mas, na maior parte do tempo, repetiu erros e acertos que o time cometia com o antecessor.
Atacantes reclamaram do individualismo de Marlos, o meio-campo tinha dificuldades de criar pelo chão, a ausência de Rogério Ceni era sentida e a defesa dava espaços não vistos nos títulos nacionais.
Em compensação, o São Paulo repetiu a eficiência nas bolas aéreas. Foi assim, com 1min do segundo tempo, que Jean Holt marcou de cabeça, após cruzamento de Hernanes. Aos 40min, o volante chutou forte, em nova bola parada, e Johny desviou para o gol.
Capitão do time, Hernanes exibiu a dificuldade de jogos anteriores para dar sequência às jogadas -admitiu que tinha de melhorar no intervalo. Em compensação, participou dos dois gols são-paulinos.
"Agradeço por ter dado a oportunidade de mostrar o trabalho. Deu confiança", explicou Hernanes. "As coisas apertam, a gente tem que ficar firme e seguir em frente."
Também de volta ao time, Washington não aproveitou as oportunidades de gol. Borges acertou um chute na trave.
Ambos reclamaram do meia Marlos, em jogadas diferentes, por não terem recebido a bola.
Em sua defesa, o São Paulo permitiu três finalizações próximas às traves no primeiro tempo. E ainda sofreu uma bola na trave na segunda etapa. Também houve três cobranças de falta perigosas para os são- -paulinos, mas, sem Rogério, pararam na barreira ou fora.
O principal problema são- -paulino continuava a ser criar ataques pelo chão. Foi nítido na metade inicial do jogo. Repetiu-se depois do intervalo.
Ao perceber essa trava, Ricardo Gomes tirou Washington e pôs Oscar. Foi a segunda chance do meia, promovido dos juniores, desde a saída de Muricy, que quase não o usava.
Depois disso, Richarlyson e Marlos, que teve tonturas após um choque e foi até o hospital, saíram para as entradas de Hugo e Jorge Wagner. O time se tornou mais rápido e contundente, com toques rasteiros. Foi assim que Hugo e Borges ficaram na frente do gol, mas desperdiçaram as conclusões.
"Foi bom. Você já viu uma atuação melhor", afirmou Washington. "Conseguimos trabalhar bem a bola", acrescentou Junior Cesar.
Os são-paulinos também tentaram mostrar uma mudança no ambiente, tenso por reclamações que racharam o elenco. Todos os jogadores se abraçaram após o primeiro gol.
"O que aconteceu é que houve situações públicas [protestos]. Virou uma cobrança para nós", explicou Zé Luis.
É certo que houve alterações no ar, mas o São Paulo ainda convive com a herança de Muricy. O time volta a jogar contra o Coritiba, no domingo, no Sul.


Texto Anterior: Paulo Vinícius Coelho: O gol nosso de cada dia
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.