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Chile tenta fazer valer DNA ofensivo
Na Copa dos retranqueiros, time joga no ataque, mesmo contra grandes
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Na Copa do Mundo das retrancas, o Chile de Marcelo
Bielsa tem DNA ofensivo.
As estatísticas da Fifa e do
Datafolha mostram que a
equipe dirigida pelo treinador argentino justifica seu esquema com três atacantes.
Enquanto até times com
jogadores estrelados, como
Portugal, defendem-se com
nove atletas e apostam só
nos contra-ataques para tentar chegar ao gol rival, ele
tem a coragem de atacar.
Isso pode ser visto com clareza no "mapa do calor" feito
pela Fifa. Esse levantamento
mostra em que partes do
campo cada equipe mais
mantém a posse de bola.
Em seus três jogos na primeira fase, o Chile ficou mais
tempo no ataque do que na
defesa. No confronto diante
da poderosa Espanha, mesmo com um jogador a menos
por mais de 45 minutos, os
chilenos permaneceram com
a posse de bola no ataque por
quase oito minutos -contra
menos de sete minutos dos
europeus da Fúria.
O time de Bielsa peca nas
finalizações, mas consegue
entrar com facilidade na área
adversária. Novamente segundo dados da Fifa, os chilenos finalizaram 26 vezes
dentro da área na primeira
fase. Em igual número de jogos, o Brasil teve só 19 chutes
nesse espaço do campo.
Segundo o Datafolha, o
Chile tem a quarta maior média de finalizações da Copa-
-2010, só atrás dos grandes
Argentina, Brasil e Espanha.
Aparece ainda em terceiro
nos dribles, fundamento em
que supera até o Brasil.
Nas eliminatórias, o time
de Bielsa já havia mostrado
seu apetite pelo ataque, tanto que ficou em segundo no
ranking de artilharia, com 32
gols, apenas um a menos do
que a seleção brasileira.
No qualificatório, Bielsa
não mudou a forma da sua
equipe jogar diante do time
de Dunga e pagou caro por isso, levando sete gols nos dois
confrontos. E, para o jogo de
hoje, os atletas chilenos também prometem ir para cima.
"O Brasil é uma das maiores equipes do mundo. Mas o
professor Bielsa nos disse
que devemos impor nosso jogo. Vamos fazer isso desde o
primeiro minuto", declarou o
defensor Maurício Islas.
SEM MEDO
Do lado brasileiro, existe o
reconhecimento de que o
Chile não adota a retranca típica da Copa da África do
Sul. "Diante da Espanha,
eles jogaram sem medo. Não
se limitaram a apenas marcar. Vamos ver o que vai
acontecer agora", afirmou o
volante Gilberto Silva.
"Eles sempre jogaram no
ataque, mas acho que não
vão repetir isso contra a gente", afirmou Robinho.
Para o jogo de hoje, Bielsa
faz mistério sobre a escalação de seu time, que terá três
desfalques por causa de cartões. Não jogam os defensores Medel e Ponce e o volante
Estrada.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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