São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010 |
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JUAN PABLO VARSKY Como Mike Tyson
A ARGENTINA tem a força de Mike Tyson. É uma nocauteadora. Pode ir perdendo por pontos e, mesmo assim, encontra esse jeito para derrubar o rival. Não precisa jogar bem para ganhar uma partida. Com contundência, resolve no placar o que, às vezes, não encontra no jogo. Derrotou o México com seu notável arsenal de ataque. Desta vez, quem apareceu foi Tevez. O ídolo do Corinthians destacou-se com seus dois gols, uma atuação completa e uma entrevista em que mostrou sua irritação por ter sido substituído por Verón, quando o jogo estava 3 a 0. "Nem sempre sou eu o culpado quando o time não movimenta a bola", disse Carlitos. Interpretando suas palavras: "Por que é que Messi nunca sai?". O camisa 10 nunca vai sair. Ontem, ele não jogou bem. Fez-se notar apenas no 90º minuto, com uma fila que terminou em uma grande defesa de Pérez. É boa notícia que a seleção de Maradona não tenha dependido de sua estrela para vencer o duelo. A Argentina não vencia um mata-mata em 90 minutos desde aquele gol de Caniggia contra o Brasil, na Copa de 1990. Só tinha conquistado vitórias em prorrogações e disputas de pênalti. Como em 2006, eliminou o México e vai enfrentar a Alemanha nas quartas de final. Não gostei da atuação da seleção. Coletivamente falando, foi a pior do Mundial. O México surpreendeu com seu 4-4-2, que lhe permitiu cobrir melhor o campo. Criou momentos de perigo, com dois chutes a gol de média distância, e impôs seu jogo. Mas a partida mudou definitivamente a partir do 25º minuto. Em evidente posição de impedimento, Tevez cabeceou para o gol. Em um descuido da pessoa encarregada do telão do estádio, foi exibida a repetição, que documentava a infração. Mas a Fifa não admite o uso da tecnologia, e Rosetti validou o gol. Na lei, correto. Futebolisticamente, injusto. O México se descontrolou, Osorio errou, e Higuaín marcou um gol digno de Ronaldo. Mal iniciado o segundo tempo, Tevez cravou um gol no ângulo, e a partida terminou. A Argentina ganhou com o poder de seus punhos. Mas precisa jogar melhor contra a Alemanha. Mesmo com a força de seu soco, Mike Tyson também pode cair... @VarskyMundial JUAN PABLO VARSKY é colunista de futebol do jornal argentino "La Nación" e do site Canchallena.com Tradução de CLARA ALLAIN Texto Anterior: Maradona critica juiz, dá patada e, no fim, sorri Próximo Texto: Juiz ia anular o gol, diz mexicano Índice |
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